Sabemos que na arquitetura e no design existem várias vertentes que podemos seguir, uma delas é a cenografia! Esse mundo que nos faz ir além, não só pela sua Arquitetura efêmera, mas por criações que na maioria das vezes sai do obvio. E por falar em nada obvio quem ai lembra do Castelo Ra tim Bum? Independente que geração você é ,com certeza já ouviu ou assistiu sobre esse case de grande sucesso para o publico infantil.
Uma das colaboradoras nesse projeto foi a Arquiteta e Cenógrafa Lu Grecco, ela que é Formada em Arquitetura e urbanismo pela instituição de ensino FAUS, e se especializou em cenografia e direção de arte no STUDIO FOR SET DESIGN NY, é a nossa entrevistada que nos conta sobre carreira, processos e esse Case que é o Castelo Ra tim bum.
RB – Quando foi que descobriu a cenografia e como foi entrar no mercado de trabalho?
LU -A cenografia entrou na minha vida através do teatro, que fazia como atriz na infância e adolescência e depois na faculdade de arquitetura que cursei e percebi que havia uma ponte entre o teatro e a arquitetura. Comecei a trabalhar com cenografia em filmes publicitários, fazendo produção de objetos. Depois de um ano, fui para a TV. Cultura trabalhar como assistente de cenografia no Programa O Mundo da Lua e fui efetivada como cenógrafa da emissora, atendendo demandas de todos os gêneros como musicais, infantis, educativos, documentários,etc.
CONFIRA: REAPROVEITAR É PRECISO!
RB – Acredito que seu maior case cenográfico foi o Castelo Ra ti bum, esperava essa visibilidade?
LU– Com certeza o trabalho mais complexo e de maior sucesso foi O Castelo Rá-Tim-Bum e não se esperava que tivesse tanto sucesso, por ser um formato inusitado, com mais de 40 quadros, misturados com o núcleo principal do Castelo, personagens humanos e bonecos de variadas formas de manipulação
RB – A gente sabe que existe uma gama de segmentos dentro de uma determinada área, a cenografia não é diferente ..seu foco sempre foi a cenografia televisiva ou o caminho te levou a isso.
LU -Sempre busquei trabalhar com teatro que sempre foi minha paixão, mas acabei indo pra TV Cultura pois me encantei com a forma de trabalho da emissora e seu teor ideológico de educar sem consumismo e também por ser um espaço de muita criação e experimentação.
RB – Acredita que precisamos ter um determinado segmento ou podemos trabalhar no teatro, tv , eventos…? LU – Com certeza dá pra trabalhar nos diversos segmentos, o que eu considero mais estimulante do que ficar fixada em apenas um segmento. Mas isso é muito pessoal, tem gente que prefere ficar apenas num nicho de mercado e ter uma metodologia de trabalho afiada, mais prática e com maior retorno financeiro.
RB – 26 anos de castelo Ra ti bum como você vê a evolução da cenografia, na tv, teatro…?
LU – Houveram muitas mudanças de lá pra cá, principalmente no campo virtual. Acredito que se o Castelo fosse feito hoje, muitas coisas seriam virtuais e não artesanais como foram feitas na época e que promoveram a riqueza da identidade visual do programa.
RB – O Castelo foi inspirado nas obras do Arquiteto Antoni Gaudí, o por que e o resultado foi como vocês esperavam?
LU– A escolha do estilo do Gaudí foi devido à riqueza de formas, texturas, cores e principalmente o aspecto orgânico da sua obra
RB – Você que trabalhou e trabalha mais com cenografia infantil, como você esta enxergando isso ao longo do tempo? Sabemos que principalmente na TV se perdeu um pouco esse tipo de conteúdo.
LU – Gosto muito de trabalhar para o público infantil, percebi minha tendência para essa faixa etária, trabalhando com programas infantis na TV. Cultura e gostei muito, porque dá mais liberdade de criação e o público infantil viaja com facilidade, então é muito gostoso pensar o espaço para eles.
RB – Como você vê a cenografia daqui pra frente, e qual a mensagem que você deixa pros que estão no mercado e aqueles que estão começando?
LU – A cenografia está cada vez mais presente em mais áreas, o quê é bom para gerar mais empregos. Por outro lado a cenografia está cada vez mais virtual, o que empobrece a criação do espaço cenográfico e restringe a construção de elementos cenográficos, diminuindo a produção cenotécnica.
Desde que saiu da TV Cultura em 2003, trabalhando 12 anos como cenógrafa na emissora, em programas como o Castelo RáTim-Bum, Cocoricó, O Mundo da Lua, Ilha Rá-Tim-Bum, X-Tudo, Bem Brasil, Musikaos, Vitrine, Vestibulando, entre outros,
A Lu montou seu ateliê de cenografia e adereços, atendendo clientes de diversas áreas como publicidade, exposições, peças teatrais, filmes, shows e também começou a dar cursos livres de cenografia para atender a demanda de pessoas querendo aprender cenografia. Atualmente Lu da consultorias e cursos de cenografia on line. Para maiores informações no perfil da @CenografiaLuGrecco
Rafael Bittencourt é Baiano, nascido e criado em Salvador/BA, apaixonado por toda forma de arte.
Escolhi ser Arquiteto pela diversidade que essa profissão me proporciona, que envolve pessoas, sonhos e realizações. Sempre quis e quero envolver essas diversidades em algo que faço. A cenografia veio como um plus a mais no meu conhecimento e no meu modo de ver o contexto em que me encontro, seja ele urbano, residencial, comercial ou até a própria cena de eventos e espetáculos…
Além de executar projetos de Arquitetura e Cenografia, Rafa é criador do projeto #Deuinsight e da pagina @rb_studiooficial, ambas tem o intuito de valorizar profissionais de arquitetura, cenografia e artes no geral.