Tudo o que você precisa saber sobre meia parede

Projeto do escritório Nook architects com meia parede de azulejos pretos  (Foto: Yago Partal / Divulgação)

A meia parede existe há décadas, mas estourou durante a pandemia, em 2020. A técnica consiste em pintar ou revestir uma superfície pela metade, trazendo um ar moderninho ao ambiente. O mais comum é dividi-la na horizontal e combinar a parte superior branca com uma tinta ou azulejo colorido, mas também é possível utilizar outras cores. 

Não existe uma regra absoluta quanto à altura da meia parede, mas tome cuidado para não achatar demais o ambiente. No geral, a altura recomendada é de 1,10m contando a partir do solo. Como a média do pé-direito no Brasil gira em torno de 3m, esta altura equivale a um pouco menos do que a metade. 

Esse deslocamento do horizonte favorece a sensação de amplitude, assim como o uso de cores mais claras na porção superior da parede. Por outro lado, em imóveis onde o pé-direito é mais alto, é possível deslocar essa meia parede para cima, evitando uma sensação de estranheza. O uso de cores escuras na porção superior pode deixar os ambientes mais aconchegantes quando já são amplos e tendem ao sem graça. 

O armário embutido atrás do sofá determinou a divisão de cores nesta sala de estar projetada pelas arquitetas Adriana Weichsler, Daniella Martini e Viviane Saraiva (Foto: Edu Castello / Editora Globo)

Além de ser um charme por si só, a meia parede também pode ser uma estratégia para destacar áreas específicas. É o caso de quartos onde ela é utilizada como uma espécie de cabeceira, demarcando a cama, ou em home offices, na altura da mesa de trabalho ou das janelas. 

A meia parede já é um charme por si só, mas ela se torna ainda mais funcional quando essa divisão de altura e tonalidades é usada a favor da decoração. Em quartos, por exemplo, a meia parede pode virar uma cabeceira de cama, auxiliando na marcação do espaço dedicado ao móvel.

Como combinar cores diferentes

Os tons pastéis de rosa e azul são frequentemente usados juntos em meia paredes, como no projeto da designer de interiores Lulu Moura (Foto: Maíra Acayaba / Editora Globo)

 A meia parede surgiu como uma forma de trazer novos ares a superfícies brancas e sem graça. Mas é perfeitamente possível combinar duas cores diferentes em uma mesma superfície! 

Para isso, sugiro utilizar o círculo cromático. Você pode optar pelo contraste ou semelhança. As cores complementares são aquelas que possuem maior contraste entre si e, por isso, estão sempre em posições opostas no círculo cromático. É o caso do verde com vermelho ou laranja com azul. 

Já as cores análogas são aquelas que encontram-se lado a lado no círculo cromático. Seu uso na decoração costuma despertar menos estranheza do que as cores complementares. Algumas combinações clássicas são rosa e vermelho ou azul claro e anil. É a partir dessa estratégia que criamos o tom sobre tom. 

Quanto ao posicionamento das cores, vale a máxima: se a ideia é conferir amplitude ao cômodo, utilize a mais clara acima. Se precisa trazer mais aconchego para a composição, opte pela mais escura acima. 

Meia parede com revestimentos

Projeto do escritório Studio LIM tem meia parede de azulejos branco e meia parede com tinta verde (Foto: Divulgação)

A meia parede mais comum é feita com tinta, uma estratégia barata para imóveis próprios ou alugados. Contudo, nos últimos tempos, temos visto com cada vez mais frequência meia paredes com diferentes revestimentos, como azulejos, pastilhas, porcelanatos, madeira e até pedra natural. 

No caso dos revestimentos cerâmicos, essa pode ser uma excelente solução para lavabos, banheiros (apenas na área externa ao box) e cozinha. Isso porque a metade inferior da parede é mais suscetível a respingos, e os azulejos e porcelanatos são mais resistentes à umidade do que a tinta. 

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O uso da madeira na meia parede pode ser uma estratégia para trazer mais aconchego a salas e quartos, com metade do orçamento. Além disso, se o piso também for de madeira, a meia-parede irá favorecer a amplitude, dando uma sensação de continuidade. 

Como fazer uma meia parede com tinta 

Projeto da arquiteta Laura Kim brinca com as meias paredes neste quarto com home office (Foto: Maura Mello/Divulgação)

1. Proteja os arredores

Antes de sair pintando, é fundamental proteger aquilo que você não deseja revestir, como as laterais, o rodapé, os espelhos de tomadas, entre outros. Uma boa opção é demarcar a área com fita crepe. Para proteger o chão, recomendo utilizar o papelão, um material excelente para absorver tinta. Outra opção é o jornal, lona ou plástico. 

2. Prepare a superfície

Antes de aplicar a tinta, é necessário que a superfície esteja uniforme, sem furos, rugosidades ou trincas. Considere utilizar massa corrida e lixar a superfície para garantir um resultado melhor. 

3. Marque a altura

Apesar de não haver uma regra de altura para a meia parede, é importante escolher a sua antes de começar e utilizá-la como referência. Marque a parede com trena e lápis para que não tenha uma meia parede desalinhada. Depois, utilize a fita crepe para demarcar a altura. 

4. Entregue-se à pintura

Agora, é só pegar um pincel e pintar a parede. Tente começar pelos detalhes, como o rodapé, antes de passar para o resto da parede com um rolo. Lembre-se de esperar a primeira mão de tinta secar antes de aplicar uma segunda ou terceira.

6. Tire a fita e faça os ajustes finais

Para evitar que a tinta lasque ou rache, o ideal é tirar a fita crepe ainda com a tinta úmida. Para isso, espere metade do tempo de secagem indicado na embalagem e retire a fita com cuidado. Caso note algum borrado, utilize um pano úmido para retirar o excesso de tinta ou corrija com a própria cor.