17 fevereiro 2022 
Parede tijolinhos expostos pintada de branco tem destaque no projeto do Estúdio Minke (Foto: Divulgação / Maira Acayaba)
Costumo dar muitas dicas de como escolher pisos, mas os revestimentos para paredes internas têm igual importância. Afinal, elas representam boa parte da superfície do imóvel e têm o poder de ditar o tom da decoração.
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A maioria dos revestimentos disponíveis no mercado podem ser aplicados nas paredes, mas vale sempre consultar as orientações do fabricante. Diferente dos pisos, há uma menor preocupação com a resistência mecânica do material, já que ninguém andará sobre ele, e também com a porosidade, já que as paredes internas não costumam entrar em contato com grandes quantidades de água.
Confira a seguir os principais e mais indicados revestimentos para paredes internas e escolha o ideal para o seu projeto!
Azulejo
No projeto do escritório de arquitetura Contrera e Biarari, azulejos cerâmicos coloridos revestem o frontão da área gourmet (Foto: Pedro Abude / Casa e Jardim)
Poucos materiais foram tão utilizados no passado como o azulejo. Trata-se de uma peça de cerâmica com pouca espessura, geralmente, quadrada ou retangular. Ela apresenta um brilho característico, já que uma das faces é vidrada, ou seja, é aplicado um esmalte que, ao passar pelo processo de cozedura, torna o revestimento impermeável e brilhante. Outra característica marcante são os diferentes desenhos, estampas e texturas, que o transformam em um elemento decorativo muito comum em ambientes internos.
Hoje, os azulejos mais comuns especificados por arquitetos no Brasil são os subway tiles, ou azulejos de metrô. Ele foi criado em 1904, no início do século XX, para revestir a primeira estação de metrô de Nova York, em um padrão retangular de 8 x 22cm.
Cimento queimado
Projeto do escritório Nó Arquitetura tem parede de cimento queimado como painel de tv (Foto: Divulgação / Bruno Meneghitti)
Muito comum no estilo industrial, o cimento queimado possui diferentes aplicações e uma das mais comuns é a parede. Para que funcione, a argamassa produzida com uma mistura de cimento, água e areia, preparada no próprio local, precisa ser aplicada sobre uma superfície áspera de grande aderência.
Concreto arquitetônico
O arquiteto Gustavo Palma elegeu as placas de concreto arquitetônico para a sala deste apartamento (Foto: Manuela Oristanio / Divulgação)
O concreto arquitetônico refere-se ao concreto que proporciona, além de suas funções estruturais, uma estética agradável. É um material muito versátil para paredes, permitindo criar uma uma superfície completamente lisa ou com variados tons, rugosidades e texturas. Os modelos mais queridos pelos clientes são os revestimentos 3D. As marcas que trabalham com este revestimento conseguem reproduzir materiais com uma verossimilhança surpreendente, quando comparado a pedras, mármores e madeiras.
Granilite
No projeto da arquiteta Flavia Cardim e do designer de interiores Alison Limontt, a parede e o piso do hall foram revestidos em granilite (Foto: Divulgação)
Perfeito para quem visa um décor mais retrô, o granilite é um revestimento feito a partir de uma mistura de cimento branco ou comum, areia e água. Ele é feito in loco, ou seja, moldado na própria obra. Leva pedras de diferentes tamanhos como granito, mármore, quartzo e outros minerais – até vidro. Com cores e texturas variadas, pode ser encontrado em sua versão polida, ideal para as paredes de ambientes internos.
Ladrilho hidráulico
No projeto da arquiteta Ravena Abreu, o frontão e a lateral da bancada foram revestidos com ladrilhos hidráulicos (Foto: Divulgação / Bruno Meneghitti)
São peças de cimento totalmente artesanais que encantam pelo colorido, personalização e desenhos que formam nos espaços. As peças podem apresentar diferenças de cores e tamanhos por serem artesanais. É muito comum vermos ladrilhos hidráulicos nas paredes da cozinha, especialmente, no frontão.
Por ter base cimentícia, demanda a aplicação de impermeabilizantes e requer mais manutenção. Não é algo muito complexo e o resultado estético é tão lindo que compensa. Algumas marcas não recomendam o uso do ladrilho nas paredes do box, mesmo passando impermeabilizante nas peças. Por isso, sempre cheque a recomendação do fabricante.
Mármores e granitos
No projeto do escritório ISE Arquitetura, o mármore foi aplicado na parede, criando uma caixa para a televisão (Foto: Maura Mello/ Divulgação)
Clássicos e elegantes, eles nunca saem de moda! Por serem produtos naturais, deixam o ambiente incrível, porque cada peça é única. Na parede, você pode escolher o acabamento que mais lhe agrada: só cuidado com os mais ásperos em área de corredor e escada. Sua principal desvantagem está relacionada à porosidade, mas isso costuma ser mais preocupante em pisos e bancadas do que em paredes. Evite apenas aplicá-los em área de box!
Papel de parede
Papel de parede Arshile, da Murals Wallpaper, com sugestão de aplicação (Foto: Murals Wallpaper / Divulgação)
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Não tem jeito: renovações rápidas e sem sujeira, só mesmo usando papel de parede. A aplicação principal deste revestimento é, justamente, paredes internas. Se você se preocupa com a limpeza ou quer aplicar em um lavabo, por exemplo, é indicado um modelo vinílico. Eles são laváveis, ou seja, apresentam maior resistência e durabilidade quando houver, momentaneamente, o contato com a água ou alguma sujeira.
Pastilhas
No banheiro projetado pela arquiteta Renata Gaia e o escritório Vapor Arquitetura, a área do box foi revestida com pastilhas hexagonais (Foto: Lufe Gomes / Divulgação)
As pastilhas são outro modelo consagrado de revestimentos cerâmicos para as paredes, mas também podem ser feitas de vidro. Sua principal diferença para os azulejos está nas dimensões: as pastilhas são bem menores! O amplo mix de cores, acabamentos e materiais permite a aplicação nos mais variados projetos e ambientes, principalmente, banheiros e cozinhas.
Contudo, vale estar atento aos rejuntes, que tendem a escurecer com o tempo. Uma dica é apostar em cores que não sejam tão claras – assim conseguirá “camuflar” as terríveis manchinhas que aparecem. E nunca esqueça de analisar se o cliente não se incomoda com a quantidade rejunte. Já vivenciei inúmeros casos de clientes que não curtem o excesso de juntas e depois ficam insatisfeitos com a parede.
Porcelanato
Banheiro projetado pelo escritório A+G Arquitetura tem porcelanato que imita Calacata nas paredes e no piso (Foto: Juliano Colodeti / MCA Estúdio / Divulgação)
Perdendo apenas para as tintas, o porcelanato é o revestimento mais utilizado, hoje, em paredes internas. Em termos de absorção e resistência, é considerado um dos melhores materiais que existe para a sua casa. Devido às tecnologias de fabricação, é possível ter diversos acabamentos, que reproduzem mármores, madeiras e pedras naturais com perfeição, razão pela qual ele é tão empregado e cabe em qualquer estilo de decoração. Para as paredes, é recomendado o acabamento polido ou acetinado, a depender do seu gosto.
Tijolinhos
Sala de jantar projetada pelo escritório Forma 011 tem uma parede com tijolinhos expostos (Foto: Luiza Florenzano / Divulgação)
Um clássico que nunca sai de moda, os tijolinhos podem compor paredes interessantes em sua versão tradicional cerâmica ou pintados. Graças a essa versatilidade, atendem desde projetos contemporâneos, industriais a rústicos. É fundamental alertar o seu cliente que este é um revestimento que pode encardir com facilidade.
Tintas
Projeto do arquiteto Thiago Manarelli ganhou novo astral com a pintura (Foto: Carol Mossin / Divulgação)
A pintura é, disparado, a principal opção para cobrir a alvenaria. Isso acontece porque, somada à mão de obra, ela representa um gasto muito menor do que a compra de revestimentos e instalação. Além disso, as tintas abrem margem para mudar o estilo da decoração mais facilmente, mudando a cor ou a textura.
Para quem não gosta de rejuntes, essa acaba sendo uma excelente opção. Você terá uma parede monolítica, ou seja, sem nenhuma junta, o que dá uma sensação de amplitude maior em espaços pequenos.
O tipo de tinta mais comum para paredes internas é a acrílica. Você pode escolher entre o acabamento fosco, acetinado ou com brilho, mas vale lembrar que o segundo e o terceiro evidenciam eventuais imperfeições na parede, por refletirem mais a luz.
