As arquitetas Claudia Yamada e Monike Lafuente trouxeram memórias afetivas e experiências de viagem para a decoração em estilo industrial do primeiro lar do proprietário do imóvel
Proporcionar um lar com um dia a dia prático e de fácil manutenção foi o desafio lançado para as arquitetas Claudia Yamada e Monike Lafuente, à frente do Studio Tan-gram, ao reformar o apartamento de 70 m², com estilo industrial e cheio de memórias afetivas, localizado na cidade de São Paulo. “Nosso morador é jovem e havia acabado de conquistar seu primeiro apartamento para viver a experiência de cuidar-se fora do seu reduto familiar. Entendemos então que este deveria ser um espaço totalmente novo e diferente do que ele possuía na casa anterior – que revela os desejos dos pais, e não dele”, conta Claudia.
Para o décor de interiores, a dupla apostou no estilo industrial mesclado com elementos que refletissem as experiências, paixões e personalidade do morador. “Durante o briefing, um dos pontos que ele mais enfatizou foi o amor por viajar”, relembra Monike. E nesse contato valioso que estabeleceram para buscar as referências presentes no projeto, descobriram também que o jovem proprietário já havia morado nos Estados Unidos e Inglaterra – passagens eternizadas em sua trajetória e que foram trazidas para a memória afetiva de sua morada. No apartamento com área social integrada, os ambientes ganharam toques de azul, cor presente na bandeira dos dois países, e o laranja, uma referência aos tijolinhos famosos nas fachadas londrinas. “Apostamos no resultado harmonioso de uma paleta de tons fortes”, enaltece Claudia.
Com sala de estar, cozinha e terraço conectados, as arquitetas exploraram o pé-direito alto do imóvel para favorecer a amplitude visual. Para conseguir essa integração entre living e o terraço, foi removido o caixilho que separava os ambientes e aplicado o mesmo piso por toda extensão. O tapete, em tom forte de azul, ajuda a delimitar os espaços e harmoniza com o cinza do sofá, que por sua vez recebeu manta e almofadas em cores claras, deixando-o ainda mais convidativo para uma maratona de filmes e séries.
No terraço, Claudia e Monike realizaram um cantinho superconfortável para leitura e descanso. Com tapete mais felpudo e poltrona de camurça, na cor marsala, a proposta do ambiente emana aconchego para um descanso noturno ou o merecido ócio aos finais de semana. “Além de prestigiar o projeto com uso máximo de todos os espaços, ideias assim deixam a casa muito mais elegante e setorizada”, relaciona Monike.
Passando para a cozinha, que contempla uma visão abrangente da ala social, o projeto aproveitou o espaço vertical generoso para a execução dos armários. “Como o cliente é super prático, ele não precisava de uma cozinha com tantos acessórios. O cooktop, por exemplo, é de apenas duas bocas”, enumera Claudia.
Como apoio extra para a bancada, a cozinha também conta com uma ilha. A mesa de jantar, por sua vez, explora a madeira e tem cadeiras com estofado laranja.
Outro pedido contundente do cliente foi para a divisão existente entre a parte social e seu dormitório. “Dessa divisória nasceu o grande partido do projeto, que se trata de um ‘L’ da entrada até a parede e que se estende para o terraço. Para tanto, trabalhamos com um painel de madeira e iluminação indireta, de forma a enfatizar esse volume novo que criamos”, explica Claudia. O painel conta com portas mimetizadas – uma para o lavabo, outra para a área íntima.
Com 12 m², o dormitório tem como destaque a parede de tijolinhos, muito comum nas construções inglesas. Ela cria um contraste com a cabeceira azul, tom escolhido também por sua contemporaneidade. O painel em laca conta ainda com iluminação embutida, em LED, que valoriza todo o espaço. “A cor também ajudou a deixar o espaço mais aconchegante, dando um toque de personalidade”, finaliza Claudia.
Sobre Studio Tan-Gram
Tangram é um quebra-cabeça chinês formado por 7 peças geométricas capazes de formar até 5 mil formas diferentes. Inspirado nesta pluralidade, versatilidade e criatividade surgiu o nome do escritório, liderado pelas arquitetas Monike Lafuente e Claudia Yamada. A arquitetura que concebem e acreditam se estrutura na multiplicidade de soluções, adaptabilidade ao usuário-espaço e renovação de conhecimento contínua. São espaços desenvolvidos para o ser humano e, portanto, cada desafio traz uma solução individual.