Escolher os rejuntes mais adequados para cada tipo de revestimento, apesar de parecer uma tarefa fácil, não é. E essa definição aparentemente simples é importante em diversos fatores, o que influencia, inclusive, na durabilidade do produto.
Não adianta você se preocupar apenas em ter um revestimento com qualidade e estética e, na hora de escolher o rejunte, comprar qualquer tipo sem dar a atenção que merece. Isso pode causar muitos problemas para sua sua obra!
Afinal, para que serve o rejunte?
Muito além de dar acabamento final nas peças, o rejunte serve para diminuir infiltrações, não ter acúmulo de sujeira, proliferação de insetos…
“O rejunte compensa a diferença de dimensões que existe entre as peças, facilita a remoção quando necessário, absorve deformações da estrutura (alvenarias, contrapisos) e minimiza a variação térmica”, explica Andre Fernandes, engenheiro de materiais especialista em argamassas e rejuntes.
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Os 3 tipos de rejuntes: cimentício, acrílico e epóxi
O rejunte cimentício é o mais barato, de fácil aplicação e o mais vendido do mercado. É possível reconhecê-los na hora da compra porque geralmente eles são identificados como “rejunte para cerâmica” ou “rejunte flexível” e na embalagem também consta a informação de qual tipo ele pertence. Existem dois: o tipo 1 é indicado para ambientes de tráfego não intenso e rejuntamento de áreas externas e internas e com até 20 m². Já o rejunte cimentício tipo 2 é o mais aconselhado. Ele tem mais resistência e pode ser usado em áreas internas e externas de qualquer dimensão, fachadas e até piscinas. Também é conhecido como “rejunte para porcelanato” e “rejunte polimérico”.
Na hora do assentamento, a limpeza do rejunte cimentício é mais fácil – tanto que é recomendado para peças mais texturizadas e porosas, como pedras naturais. Uma de suas desvantagens é ter a superfície mais áspera, o que acaba por aderir sujeira com mais facilidade.
Rejunte acrílico é o intermediário entre o cimentício e o epóxi. Ele tem um acabamento mais fino, sendo um dos preferidos dos arquitetos e designers pois resulta em um acabamento mais delicado quando comparado ao cimentício. Ele pode ser usado em áreas internas, externas, fachadas e são ideais para rejuntar porcelanatos, placas cerâmicas, azulejos…
Sua aplicação também é fácil, e possui um tempo de secagem menor do que o rejunte cimentício. Por isso é importante olhar as instruções do fabricante antes de usá-lo para não estragar o produto.
O rejunte epóxi é a melhor opção para ambientes onde a higiene deve ser absoluta (caso de banheiros, cozinhas e hospitais). Ele é o mais impermeável, tem textura lisa e o acabamento é bem bonito. Ele pode ser aplicado em áreas internas e externas, desde que não tenha contato com raios ultravioleta, que mancham e craquelam o produto. Recomenda-se a utilização do époxi em produtos com acabamentos mais lisos, sem rugosidades. A aplicação requer cuidados especiais e mão de obra especializada, pois seca com muita facilidade e sua remoção é mais trabalhosa.
“Um fator importante e que muitas vezes é ignorado pelo usuário é a manutenção dos rejuntes! No caso das fachadas, por ficarem expostas à ação das intempéries, é preciso manter uma manutenção adequada, reaplicando os rejuntes em um período de 2 a 3 anos. Dependendo da situação de exposição, pode gerar grandes problemas como o descolamento de peças, com risco de acidentes graves e até fatais”, reforça Renato Sahade, engenheiro e patologista especializado em revestimentos de fachadas.
Cada rejunte e revestimento tem uma recomendação técnica. Portanto, na hora da compra, peça auxílio na loja e, em casos mais específicos, tire dúvidas com o fabricante. Sempre se atente às embalagens do revestimento e do rejunte – nelas há informações das juntas permitidas para cada tipo de produto e as recomendações de aplicação e limpeza.