Por Carmel, da Caravieri Cardoso Arquitetura
Uma das questões que a maioria das pessoas se deparam ao montar uma casa ou apartamento é: por onde começar?
Para responder esta pergunta não existe fórmula mágica e sim uma análise sobre estilo de vida e intenções. Calma que eu explico!
O primeiro passo é fechar os olhos e se imaginar dentro do espaço dos seus sonhos! Como ele seria? Claro, escuro, alegre, sofisticado, tecnológico, sóbrio, rústico? Existem milhões de possibilidades.
Mas o mais importante é que você se identifique com este sentimento pois é ele quem vai nortear todas as suas escolhas para este ambiente. Este sentimento é o que chamamos de conceito de projeto, e se você for fiel a ele todos os elementos do ambiente falarão a mesma linguagem e no final você terá um lar harmonioso passando uma única mensagem para todos que entrarem nele!
Por exemplo, na cozinha que mostrarei no final da matéria o conceito do projeto era ter um ambiente que passasse a sensação de calma e frescor… que fosse um refúgio urbano! Queríamos trazer para o ambiente a sensação de que as pessoas estariam em uma cozinha americana, depois de um bate papo com os moradores descobrimos que o destino preferido da família que ama viajar era a Califórnia e então tentamos trazer esta memória afetiva para o ambiente, mas tomando o cuidado para não parecer temático!
Neste caso montamos a paleta de cores através de paisagens e imagens que transmitisse o clima que gostaríamos de passar para o ambiente, isso ajuda a ter certeza das cores e saber se você vai gostar do resultado final ou não, por mais ousado que ele seja.
É importante lembrar que ao montar sua “folha de referências”, “moodboard” ou até mesmo pasta no pinterest, que você está em busca de sensações e não de soluções propriamente ditas para o projeto. Isso lhe trará liberdade criativa para não se preocupar se o material é caro, barato, resistente, se existe no Brasil, etc. Este é um segundo passo.
Dito isso, a segunda etapa deve ser em busca de soluções possíveis que estejam alinhadas com o conceito do projeto definido anteriormente. Por exemplo, se o conceito é mais tradicional, clássico não adianta usar no projeto um piso de cimento queimado pois o material não transmite a mesma sensação desejada, neste caso um mármore estaria mais apropriado. Conseguiram imaginar e entender?
Reparem na foto abaixo, vocês conseguem imaginar este piso que reproduz cimento queimado nesta sala?
Na imagem abaixo fica nítido que agrupar as referências desejadas para o piso, parede e até mesmo cores e estilo dos móveis ajuda a tornar mais palpável algo que antes era apenas imaginativo ou conceitual.
Agora começamos a falar sobre viabilidade e é exatamente neste momento que precisamos nos atentar as especificações de cada produto, por exemplo, apesar de na imagem de referência termos um mármore branco para a bancada sabemos que este material é terminantemente proibido para cozinhas, no entanto podemos usar a textura do material desejado e buscarmos soluções semelhantes como por exemplo o porcelanato, pedras sintéticas como dekton, neolith, corian entre outros.
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O importante é escolher o material de forma tanto funcional quanto estética para no futuro não ter problemas. O mesmo deve acontecer com o critério financeiro. Muitas vezes colocar um revestimento pode inviabilizar o projeto mas temos muitas opções semelhantes no mercado que passam as mesmas sensações mas com grandes diferenças de custos. Lembre-se: o importante é ser fiel ao conceito e não a um material ou móvel específico.
O resultado vocês podem conferir abaixo, com uma cozinha funcional, prática e o mais importante: fiel ao conceito que desde o início se propôs a ser. Leve, fresca e acolhedora.
Escolhemos fazer os móveis com as portas emolduradas para remeter a uma cozinha americana. A cor, como viram foi definida a partir de paisagens da Califórnia. Os puxadores na cor cobre lembram o pôr do sol. Os objetos cor de rosa também faziam parte da paleta desde o início.
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O revestimento Maiorca da Decortiles traz um ar romântico e acolhedor, o Brise também da Decortiles remete a casas de madeira ou a lambris, a faixa metálica que divide os dois reforça esta ideia e ajuda no acabamento da instalação.
O piso e a bancada são feitos com porcelanatos da Exbra, um remete a cimento queimado mas bem clarinho e o outro a um mármore carrara. Ambos foram escolhidos pelo custo benefício ao invés de especificarmos os materiais naturais. O piso poderia trincar com o tempo e a bancada manchar.
A iluminação difusa ajuda a criar o clima acolhedor pretendido na cozinha tornando o ambiente não só funcional mas o coração da casa.
Espero que a partir de agora fique mais fácil imaginar seu próximo lar, e se ainda assim ficou alguma dúvida vou adorar te responder! Deixe nos comentários abaixo e me conte também qual é o conceito que você tem ou gostaria de ter na sua casa!
Carmel é Arquiteta e Designer de Interiores, sócia no escritório
Caravieri Cardoso Arquitetura, ama viajar e se inspirar pelo mundo, trazer todas as referências, culturas e vivências na mala e aplicar nos projetos! Tem paixão por compartilhar conhecimento desde que foi professora nas escolas Abra e Panamericana e agora através da coluna no blog. Por isso não deixe de perguntar tudo o que quiser, ela vai amar responder!
Ela viajou para a feira de Milão na Itália e fez uma matéria linda contando as principais novidades que viu na feira. Leia e fique por dentro das tendências para o seu projeto! >> MILÃO 2019: Confira as novidades da maior feira de design do mundo