A tradicional cozinha ‘branquinha’ ficou para trás abrindo frente para cores presentes por meio de diversos elementos utilizados na concepção do ambiente
Um dos ambientes mais deliciosos da casa, a cozinha passou por muitas transformações ao longo dos anos. Se, por muito tempo, ela foi marcada pela predominância dos tons neutros, atualmente as cozinhas coloridas ocuparam seu espaço nos projetos, combinando com os demais cômodos da casa.
“Por ser um local onde serão preparadas as refeições no dia a dia, ela deve refletir o estilo e a personalidade dos moradores, além de dialogar com a residência como um todo”, afirma a experiente arquiteta Marina Carvalho, à frente do escritório que leva o seu nome. Sendo assim, para apostar em uma decoração de cozinhas coloridas, harmonia é a palavra que rege. O primeiro passo é eleger a cor principal para, na sequência, pensar em outros tons e combinações. Nesses casos, o branco, o preto ou o cinza são boas sugestões para criar um fundo perfeito.
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O tom escolhido pode ser aplicado em diversos pontos: gavetas, armários, mesas, pia, cadeiras, azulejos, pastilhas e pendentes, entre outros componentes. Para os moradores mais discretos, dá até para brincar com matizes nos utensílios domésticos e objetos de decoração, que são fáceis de trocar. “Não existem regras para ousar na cozinha. O que precisa ser priorizado é o bom senso na execução”, aconselha a profissional.
Confira mais dicas de Marina Carvalho para não errar no projeto de cozinhas coloridas:
1) Cores na marcenaria:
Ao estabelecer uma base neutra nas paredes e no piso, é possível ousar nos demais elementos. Dessa forma, a marcenaria poderá receber as cores, sejam elas discretas ou vibrantes, sempre respeitando o estilo de decoração do projeto e reforçando o equilíbrio para evitar o exagero de informação no mesmo ambiente.
“Em decorações mais clássicas, por exemplo, recomendo escolher um volume e pintá-lo com uma cor mais sóbria. Verde ou azul escuro são boas alternativas nesse caso”, conta Marina Carvalho. Investir em uma paleta mais clara também funciona em locais com uma proposta delicada.
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2) Combinação de mais tons na marcenaria:
Entretanto, e se o morador quiser colocar mais de uma cor na marcenaria, quais seriam os cuidados? Nesse caso, o melhor é ter atenção para que, ao eleger um tom específico como base, o restante não fuja dessa paleta. Para evitar erros, a sugestão é sempre testar as combinações antes de aplicá-las. “No mais, a melhor orientação é contratar um bom profissional e que, de preferência, tenha experiência em trabalhar com projetos coloridos”, recomenda a arquiteta.
3) Cores nas paredes:
Se a decisão for por empregar cores nas paredes, por meio de tintas, azulejos e pastilhas, o segredo é o mesmo da marcenaria: um tom neutro como base oferece um passe livre para ousar nos demais elementos. “É essencial reforçar que, se a cozinha for muito pequena, será preciso uma atenção redobrada para evitar exageros. Afinal, menos é mais”, afirma a profissional.
4) Cores nos utensílios e objetos:
Para quem pretende investir em cozinhas coloridas, mas ainda está inseguro, os utensílios e objetos são ótimas soluções. Assim, será mais simples trocá-los no futuro, caso o morador canse ou altere a paleta do ambiente. “O primordial é seguir seus gostos, não deixando de lado a composição com os outros ambientes”, finaliza.
Sobre a arquiteta Marina Carvalho
Graduada pela faculdade de Arquitetura e Urbanismo, com MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Projetos na Fundação Getúlio Vargas, no início de sua carreira, Marina de trabalhou no Estúdio Penha, e, posteriormente, com Arthur Casas, onde ocupou por muitos anos um cargo de coordenadora em uma das maiores incorporadoras da América Latina. Esta etapa foi importante em sua carreira pois lhe deu a percepção de que sua verdadeira realização só viria quando pudesse levar às pessoas tudo em que eu acreditava.
A decisão de montar seu próprio escritório aconteceu após passar uma temporada morando em Londres, o que aumentou sua inquietude. Marina, que cumula cursos em seu currículo, entre eles, o técnico de Design de Interiores do Senac, entre outros (iluminação, fotografia, paisagismo, cenografia), optou pela liberdade de fazer aquilo em que acreditava por meio de um projeto autoral.
Atualmente a arquiteta trabalha no escritório que leva o seu nome, Marina Carvalho Arquitetura. Para ela, perceber nos olhos do cliente o sentimento de alegria e satisfação no dia da entrega é o que a faz acordar feliz todos os dias.