De uso milenar e elegância inquestionável, o mármore é um dos revestimentos mais desejados da arquitetura. Os primeiros registros de uso datam de quase 5 mil anos e acredita-se que tenha começado no antigo Egito, para a construção de túmulos de faraós e pirâmides.
Ainda hoje, o mármore está associado ao luxo e à nobreza. Além da aparência única, com veios expostos, parte desta valorização deve-se ao fato de ser uma rocha natural, ou seja, encontrada e extraída da natureza. Estamos falando de um recurso não-renovável, com peças exclusivas e um custo alto de extração e beneficiamento.
Etapas de fabricação
Como citei anteriormente, o mármore é uma rocha natural originada de calcário exposto a altas temperaturas e pressão. Essas condições são alcançadas através do resfriamento do magma. Devido aos movimentos das placas tectônicas, rochas derretidas são empurradas para a superfície, formando as pedras ígneas, como mármore e granito.
Chamamos de jazidas as grandes reservas naturais, geralmente, localizadas em montanhas rochosas, onde estas pedras encontram-se em grande quantidade. Para extraí-las, é necessário o uso de equipamentos apropriados, como máquinas de fio diamantado para fatiar a rocha, preservando o entorno e a segurança dos envolvidos.
O primeiro pedaço de rocha extraído é chamado de bancada ou prancha, com 12 m x 6 m x 1,8 m. A mesma é analisada por um profissional capaz de demarcar nessa rocha pontos para novos cortes, criando blocos de 3 m x 1,8 m x 1,8 m, mas fáceis de transportar para a indústria.
CONFIRA: 23 IDEIAS DE BANCADAS DE MÁRMORE PARA COZINHAS E BANHEIROS
Já na indústria, a primeira etapa de beneficiamento do mármore é transformá-lo em chapas com espessuras variadas, que dependem da utilidade daquela peça no futuro. No geral, a espessura varia entre 2 e 4 cm.
O segundo beneficiamento é feito nas marmorarias, empresas que realizam o corte e o acabamento das peças. Os acabamentos mais comuns são:
Levigado – A pedra é lixada, mas sem brilho, mantendo possíveis imperfeições como poros e rebaixos.
Polido – A pedra é lixada até atingir um brilho quase especular. Nesse caso, a superfície fica escorregadia quando em contato com água, por isso, é necessário avaliar bem onde será instalada.
Escovado – Escovas de aço e diamante sinterizado circulam sobre a chapa para deixá-la com aspecto mais natural e textura levemente acetinada. Esse tratamento ressalta a o contraste entre os minerais rochosos.
Resinado – O material passa por um tratamento que fechará seus poros e rebaixos com uma resina apropriada para este fim. Após esta etapa, ele poderá ser polido ou levigado.
Bruto – Conserva o estado natural da peça e a deixa mais suscetível a danos por umidade, temperatura e intempéries climáticas.
Depois de pronto, o mármore é comercializado em diversas formas, para os mais variados usos. Alguns deles são indicados, outros não, como você verá a seguir!
Usos do mármore
Que o mármore é lindo e garante um resultado exclusivo, a gente já sabe! Mas ao escolhê-lo é preciso levar em consideração que se trata de um material delicado, bastante poroso e que pode demandar muita manutenção caso seja aplicado em condições adversas.
O primeiro ponto é que o mármore é indicado, preferencialmente, para ambientes internos residenciais, protegidos da ação direta dos raios solares, da poluição e da chuva. Ele não é indicado para ambientes comerciais de tráfego intenso, pois se desgasta facilmente.
Neste contexto residencial, o uso mais comum é como piso frio. O mármore é um excelente condutor de calor, ou seja, dissipa o calor com maior facilidade, reduzindo a temperatura ambiente. Por isso, ele é mais gelado ao primeiro toque. As diferentes cores, padrões e acabamentos tornam este um revestimento fantástico para ambientes secos, como salas, quartos e escritórios.
O mármore também pode revestir paredes internas, mas vale tomar alguns cuidados, como evitar acabamentos mais ásperos no corredor e na escada; e não aplicá-lo na área do box.
Outros usos do mármore, apesar de comuns, exigem certa atenção. Confira alguns deles a seguir!
Bancadas
Um dos usos mais vistos do mármore são as bancadas de cozinhas. Mas acredite quando eu digo que este uso não é o mais indicado, principalmente para quem gosta de cozinhar. Por ser uma das pedras mais porosas existentes, o mármore absorve água e outros líquidos, manchando facilmente. Este uso só é recomendado para quem manipula poucos ingredientes ou em bancadas voltadas apenas para refeições.
Áreas externas
“Ah Lilian, mas fulano utilizou mármore na churrasqueira externa”. Hoje, há empresas especializadas no tratamento e beneficiamento do mármore para diminuir a sua porosidade. Isso possibilita a aplicação em áreas externas, mas o uso ainda deve ser avaliado por um profissional qualificado, a fim de evitar problemas futuros.
Lavabos e banheiros
A umidade característica de banheiros é o principal vilão para o mármore a longo prazo, ocasionando manchas e até a perda total da peça. A recomendação, portanto, é evitá-lo na área do box, onde a concentração de água é constante, e ficar atento à manutenção da impermeabilização em bancadas, pisos e paredes.
Lareiras
Por muito tempo, o mármore foi o queridinho para revestir lareiras e, de fato, ele é bem resistente às altas temperaturas. O ponto negativo está na porosidade deste material, que tende a manchar com facilidade com a fuligem. Hoje, você pode alcançar este mesmo resultado elegante com um custo-benefício melhor ao investir em um porcelanato.