29 agosto 2022 
Você já ouviu falar em construção a seco? Muito comum nos Estados Unidos, este método construtivo começa a ganhar espaço no Brasil. As vantagens são muitas quando comparada à alvenaria, principalmente, para quem busca uma obra mais sustentável.
(Foto: Pinterest / Reprodução)
Como o próprio nome já diz, trata-se de uma construção que não utiliza água na composição estrutural da obra, dispensando argamassa e cimento. Neste caso, os responsáveis por garantir sustentação são as vigas e os pilares utilizados. Este esqueleto costuma ser feito de aço.
Para o fechamento dos vãos são utilizadas grandes placas industrializadas, que podem ser feitas de diferentes materiais. Em todos os casos, elas otimizam o tempo de obra e facilitam a manutenção posterior.
Principais tipos de construção a seco
Drywall
Já aplicado em larga escala nas construções residenciais e comerciais, o Drywall é uma tecnologia que substitui a alvenaria convencional em ambientes internos e pode ser utilizado em paredes, revestimentos ou em tetos.
Composto por chapas de gesso aparafusadas em estruturas de aço, é um método que não utiliza água, gera poucos resíduos na obra e torna a construção mais rápida, barata e leve. Seu uso mais comum é como divisória em ambientes secos, como salas e quartos. Seu uso possibilita maior flexibilidade no layout e uma execução da obra até 4 vezes mais rápida.
Além da construção de paredes, ele pode ser utilizado para melhorar o acabamento daquelas existentes, já que as placas são livres de imperfeições, dispensando o preparo para pintura.
SAIBA MAIS: COMO ASSENTAR REVESTIMENTOS EM PAREDES DE DRYWALL: VEJA 4 DICAS
Existem diferentes tipos para cada aplicação. As placas brancas são as mais comuns para ambientes secos. As verdes possuem adição de silicone e apresentam maior resistência à umidade, ideais para uso em banheiros e cozinhas. Já as placas rosas contêm adição de fibras de vidro, resistentes ao fogo.
Contudo, o drywall ainda é considerado um sistema de vedação, não estrutural. Ao mesmo tempo que permite flexibilidade e alterações na planta sem grandes problemas, são paredes que não suportam muito peso e necessitam de um reforço para instalação. Não se deve jogar nada ou bater nelas, pois têm ruptura frágil, por exemplo.
Casa Vista em Extrema, MG, com sistema de steelframe e drywall (Foto: Expande Media / Divulgação)
Steel Frame e Light Steel Frame
Para criar uma estrutura resistente ou ambientes externos, o drywall precisa estar unido a outro método construtivo. É o caso do Steel Frame e do Light Steel Frame. Em ambos os casos, a estrutura é feita de aço galvanizado, que substitui o concreto, os blocos e tijolos da construção tradicional.
A principal diferença entre o Light Steel Frame e o Steel Frame está na estética. Os perfis utilizados no LSF, para substituir as tradicionais vigas e colunas, são tão finos que cabem dentro das paredes da edificação, proporcionando um enorme ganho arquitetônico, ainda que o Steel Frame apresente maior resistência final. Ambos os métodos trazem leveza, durabilidade e agilidade na construção.
Além de casas e apartamentos, o Light Steel e o Steel Frame são indicados para todos os tipos de obra, incluindo as de grande porte, como aeroportos, estádios de futebol, vilas olímpicas, edifícios e galpões.
Montagem de Wood Frame em Imbituba, SC (Foto: Caleb Ribeiro / Divulgação)
Wood Frame
Diferente de seus concorrentes, no Wood Frame o elemento estrutural é a madeira tratada. Para manter a classificação sustentável, o método utiliza madeiras de reflorestamento, que precisam estar secas e sem imperfeições, como nós e resíduos. As mais utilizadas são a pinus e o eucalipto.
Essas madeiras maciças são responsáveis por estruturar todo o projeto arquitetônico. A parte estrutural é composta por madeiras maciças, elas são responsáveis em sustentar todo o projeto arquitetônico. Assim como no steel frame, elas podem ser colocadas dentro da parede, garantindo um ganho estético.
Construção de Painéis EPS (Foto: Celere / Reprodução)
Painéis EPS
Além do drywall, outro painel utilizado em construções a seco é o de poliestireno expandido (EPS), um plástico celular rígido, com menor densidade e maior quantidade de ar em seu interior. Ele garante boa resistência, baixo peso e é um excelente isolante térmico.
O modelo de painéis EPS chegou no Brasil em meados dos anos 90. Ele é estruturado com telas de aço galvanizado, unidas por treliças, firmadas no interior das placas de EPS. Em seguida, é possível aplicar argamassa à estrutura. Apesar do uso da argamassa, o método é considerado construção a seco por trazer muitas características e vantagens do método.
Mesmo com uso de argamassa, é considerada uma construção a seco por aliar muitas das características e vantagens do método.
Vantagens da construção a seco
Agilidade na obra
Especialistas afirmam que, dependendo do projeto, o tempo de obra pode ser cinco vezes mais rápido que o tradicional. Isso vale desde pequenas mudanças no layout a reformas em escritórios. O motivo de toda essa agilidade é que esse modelo elimina etapas cruciais, como o chapisco, o reboco ou o corte de tijolos.
Menor custo de mão de obra
Com a redução no tempo de obra, há um custo menor com a mão de obra, gerando uma economia neste sentido. Por se tratar de um método construtivo mais recente, a mão de obra requer maior qualificação técnica quando comparada à construção de alvenaria. Ao mesmo tempo que esta pode ser uma desvantagem, também pode representar uma nova oportunidade de especialização no mercado.
Sustentabilidade
Tendo em vista que a construção civil é um dos nichos que mais polui no mundo, a construção a seco é uma excelente alternativa para reduzir o uso de recursos naturais, emissão de gases estufas na produção de matéria-prima e geração de entulhos nos canteiros de obra.
Estes materiais já provaram sua eficiência para a economia de recursos, como água e energia, tanto na produção da matéria-prima quanto na operação das edificações.
CONFIRA: 7 REVESTIMENTOS PARA UMA OBRA ECONÔMICA
Pontualidade no cronograma
Como a construção a seco baseia-se na industrialização, ela proporciona uma melhor gestão e eficiência do canteiro de obras, já que os elementos construtivos chegam prontos, necessitando apenas da montagem. Isso permite que o cronograma seja seguido a risca, sem contratempos.
Fácil manutenção
Devido à durabilidade dos materiais empregados, o método também apresenta uma redução de custos de manutenção. A substituição das placas é rápida, prática, barata e sem sujeira, pois não há a necessidade de quebrar paredes.
Casa construída em Wood Frame (Foto: Hometeka / Reprodução)
Flexibilidade para mudanças
É possível que as paredes sejam removidas e alteradas de lugar, desde que não tenham uma função estrutural e tenham sido projetadas para isso. Esta flexibilidade é perfeita para mudanças de layout em apartamento, sem a necessidade de uma grande reforma.
Bom desempenho térmico e acústico
Os materiais utilizados na construção a seco apresentam um desempenho térmico e acústico superior à alvenaria. Assim, a casa se mantém fresca no verão e quente no inverno, o que reduz a energia elétrica necessária para o ar-condicionado.
Custo definido
Como principal desvantagem, podemos destacar que o custo da construção a seco ainda é superior ao de uma edificação de alvenaria. Contudo, vale levar em consideração que o orçamento definido na construção a seco será seguido a risca, enquanto em uma obra de alvenaria podemos esperar sempre por mudanças inesperadas no custo de mão de obra e produtos.
