Na hora de escolher e comprar revestimentos, um ponto fundamental do projeto é a paginação. Indicada na planta, ela indica como deve ser feito o assentamento do piso em um determinado ambiente. Independente do revestimento escolhido, o padrão formado nos pisos e paredes é fundamental para alcançar o resultado estético desejado.
Quando bem pensada, a paginação garante a satisfação do cliente e é uma grande aliada para a economia na obra. Isso porque a paginação influencia diretamente nos cortes necessários e, consequentemente, na porcentagem de perda inerente ao projeto.
Saber como as placas, réguas, pastilhas e azulejos serão dispostos permite escolher com sabedoria as dimensões, de forma que utilize o maior número de peças inteiras e alcance um resultado mais harmonioso.
Com as medidas dos cômodos em mãos e as preferências de revestimento do cliente, é possível definir a melhor paginação para os ambientes da casa. A partir desta decisão, a mão de obra terá as instruções corretas para o assentamento e a disposição das peças, de forma que se encaixem perfeitamente.
Para um resultado satisfatório, vale levar alguns pontos em consideração:
- Peças cerâmicas e porcelanatos costumam exigir uma maior quantidade de rejunte. Com linhas mais evidentes, a paginação também chama mais atenção, motivo pelo qual geralmente ela é feita alinhada. Além disso, a espessura do rejunte deve ser levado em consideração no cálculo da quantidade de revestimento necessária.
- Sempre dê prioridade a peças inteiras no desenho, dispondo-as nas áreas centrais de maior circulação. Os cortes aumentam o desperdício e também o tempo de execução. Procure dispor as peças cortadas próximas aos cantos ou sob algum móvel, de forma que não interfiram no desenho.
- Peças grandes e SuperFormatos fazem os olhos dos clientes brilharem, mas podem ser um tiro no pé em ambientes menores, como cozinhas, banheiros e lavanderias, gerando muitos recortes.
- Para facilitar a instalação do piso e evitar desperdícios, é importante começar a paginação pelo canto de alguma parede, principalmente quando a obra for feita com porcelanato.
- Além de definir a paginação, a execução faz toda a diferença no resultado final. O ideal é que ela seja iniciada de um canto ou fundo do cômodo em direção à porta, assim, a mão de obra não precisará andar sobre as peças recém-instaladas, diminuindo o risco de comprometê-las.
Confira a seguir as paginações mais comuns!
Alinhada
A forma mais tradicional e econômica de assentar revestimentos é a alinhada. As peças, de mesmo tamanho e formato, são dispostas em um perfeito alinhamento. Muito comum em porcelanatos e cerâmicas, esta paginação evita recortes e representa a menor perda, cerca de 10%. A paginação alinhada pode ser feita na vertical ou horizontal.
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Vertical
Mais comum em paredes, na disposição vertical temos como eixo o lado da peça retangular com maior medida, de forma a valorizar a altura do pé-direito. Costuma ser indicada em pisos apenas quando temos uma planta mais comprida.
Horizontal
A paginação horizontal é muito utilizada em peças menores, como os azulejos de metrô, em banheiros e lavabos. A lógica é contrária à paginação vertical, com o eixo no sentido da largura, favorecendo a sensação de amplitude. Em pisos, o maior lado é aplicado no sentido de menor dimensão do cômodo, o que dá a sensação de regularidade e aumento da largura.
Transpassada
A paginação contrária à alinhada é a transpassada. Neste tipo de paginação, as peças são instaladas de forma a causar um desencontro entre suas extremidades. Geralmente, este tipo de paginação só é indicado para réguas de madeira, vinílico ou laminado.
Este desalinhamento pode ser aleatório, geralmente, em peças menores; ou padrão, no qual a diferença entre o final da peça e o início de outra não ultrapassa 15% da dimensão total da peça.
Diagonal
Nesta paginação, os revestimentos são dispostos em um ângulo de 45°. Isso traz certo dinamismo ao ambiente, mas gera mais recortes e perdas, u, as réguas do piso são distribuídas a 45 graus.
Esse tipo de paginação traz uma sensação de dinamismo e movimento ambiente, mas gera mais recortes e perdas, que variam de 15 a 25%. É uma opção quando possuímos paredes fora de esquadro ou outras imperfeições na planta que valha a pena ocultar.
Escama de peixe
De volta à moda, a paginação espinha de peixe tem uma estética retrô, já que foi muito aplicada nos tradicionais tacos de madeira. Trata-se de uma mistura entre a paginação diagonal e a transpassada, na qual as peças formam ângulos de 90º entre si e, consequentemente, aquelas dispostas lado a lado tem um transpasse.
Embora seja mais comum utilizá-la com tacos de madeira, também é possível instalar dessa forma peças cerâmicas e outros revestimentos retangulares.
Espinha de peixe
Irmã gêmea da escama de peixe, a espinha de peixe não é feita na diagonal. Confuso? Apesar de formar um L na diagonal, esta paginação segue o sentido das paredes, o que lhe confere uma estética mais moderna. Ela tem sido muito utilizada no piso ou nas paredes de banheiros e cozinhas.
Chevron
No estilo chevron, as peças são recortadas para que uma se encaixe na outra, em vez de uma se sobrepor a outra. Este trabalho minucioso traz sofisticação graças ao encaixe perfeito, mas exige uma mão de obra especializada, capaz de executar os recortes e o assentamento com precisão. É ideal para ambientes pequenos, conferindo uma sensação de amplitude.
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Dama
Assim como o chevron, a paginação dama é mais rara, mas também chama atenção. Nela, as peças retangulares são posicionadas lado a lado no sentido horizontal, formando um quadrado. Ao lado da mesma quantidade de peças, é colocada outra só que no sentido vertical. O resultado final parece um tabuleiro de damas.
É necessário ficar atento ao tamanho específico da peça para que seja possível a execução dessa paginação. No geral, é utilizada apenas em tacos de madeira.