Revestir o banheiro gera muitas dúvidas, principalmente, quando consideramos a parte interna do box. Este ambiente é considerado uma área molhada, pois o uso do chuveiro resulta na formação de poças ou lâminas de água. Esta é uma classificação extremamente importante na hora de revestir, levando em consideração a segurança e a vida útil daquele piso ou parede.
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Coeficiente de atrito
No caso do box, o critério básico é escolher um piso que não seja escorregadio. Segundo a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), ele deve apresentar coeficiente de atrito maior ou igual a 0,4. Esta informação costuma ser encontrada na descrição do produto, feita pelo fabricante.
Esse índice determina o nível de segurança da superfície ao escorregamento quando há presença de líquidos. Quanto maior o coeficiente, mais áspero é o piso.
- Pisos com coeficiente de atrito < 0,4: recomendados para instalações normais, que não demandam maiores cuidados com segurança;
- Pisos com coeficiente de atrito entre 0,4 a 0,7: recomendados para locais onde se requer resistência ao escorregamento;
- Pisos com coeficiente de atrito > 0,7: recomendados para locais onde o risco de escorregamento é muito intenso, como próximo a piscinas, em rampas, degraus, banheiros e áreas externas.
No caso do box do banheiro, o mais indicado é que o piso, principalmente do boxe, tenha um coeficiente entre 0,4 e 0,7, evitando o escorregamento, sem comprometer a limpeza. Isso porque superfícies mais rugosas tendem a acumular sujeira, um problema sério quando falamos em salas de banho.
Porosidade
Os revestimentos também devem ser avaliados conforme o grau de absorção de água. Além de ser um aspecto fundamental para áreas molhadas e molháveis, a porosidade influencia diretamente na resistência mecânica daquele revestimento.
Os porcelanatos, e algumas pedras industrializadas (como o dekton, por exemplo) lideram a lista de materiais menos porosos, enquanto as demais peças cerâmicas são divididas em Grês, Semi-Grês, Semi-porosos e porosos.
- Porcelanatos: baixa absorção – resistência mecânica alta (BI a – de 0 a 0,5 %);
- Grês: baixa absorção – resistência mecânica alta (BI b – de 0,5 a 3%);
- Semi-Grês: média absorção – resistência mecânica média (BII a – de 3 a 6%);
- Semi-Porosos: alta absorção – resistência mecânica baixa (BII b – de 6 a 10%);
- Porosos: alta absorção – resistência mecânica baixa (BIII – acima de 10%).
Os mais indicados para o box do banheiro são os com menor grau de absorção de água, tanto para paredes, como para pisos. Hoje, a maioria das cerâmicas que encontramos no mercado são classificadas como Grês ou Semi-Grês. E é muito importante você se atentar a essas informações, pois já vi muitas pessoas comprando pisos considerados grês achando que se tratava de um porcelanato. Portanto, peça sempre essa informação para o seu vendedor.
Segundo a norma brasileira NBR15575 – Edificações Habitacionais – Desempenho, as áreas molhadas também devem receber impermeabilização e ser totalmente estanques e impedir a penetração de água.
Dicas de ouro
Na área do box, aconselho sempre revestir com placas, seja porcelanato, pedras naturais, pedras sintéticas, cerâmicas, ladrilhos ou pastilhas. Esta é uma região em contato constante com água e produtos químicos, como sabonetes e shampoos. Além disso, é mais propensa a infiltrações, umidades e, consequentemente, o mofo. Por isso, nunca indico tintas nesta parte molhada.
Já as pastilhas são super queridas no box, mas sua aplicação também requer atenção. Existem muitos acabamentos que são mais escorregadios e não recomendados para o piso do boxe, existe outra válida preocupação quanto aos rejuntes que, com o tempo, vão escurecendo. Uma dica é apostar em cores que não sejam tão claras – assim conseguirá “camuflar” as terríveis manchinhas que aparecem.
E nunca esqueça de analisar se o cliente não se incomoda com a quantidade rejunte. Já vivenciei inúmeros casos de clientes que não curtem o excesso de juntas e depois ficam insatisfeitos com o resultado final.
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