Semana de arte moderna: O evento modificou as formas e projetos brasileiros trazendo a originalidade do país
Responsável por ser um dos mais importantes eventos artísticos que ocorreram no Brasil e por revolucionar as artes em praticamente todas as suas vertentes, a Semana de 22, como é popularmente conhecida a Semana de Arte Moderna de 2022, completa 100 anos em fevereiro.
Antes dela, tudo era muito formal e acadêmico, mas graças a um grupo de jovens artistas que enfrentaram os acadêmicos esse aspecto mudou. Novas características do nosso país para todas as expressões artísticas desenvolvidas pelo e para o povo brasileiro, e a exposição de obras que rompiam com os padrões rígidos da época trouxeram o modernismo.
Influência do modernismo na arquitetura
A partir da Semana de 22, o modernismo enraizou referências arquitetônicas que são usadas nos projetos de construções atuais. Os pioneiros como Lúcio Costa, eternizado pelo Plano Piloto da Cidade de Brasília, considerado um dos patrimônios mundiais, e Gregori Warchavchik, que adotou o estilo modernista em suas obras, se tornam um dos principais nomes desse movimento no país. Assim como Oscar Niemeyer, Vilanova Artigas e Lina Bo Bardi, que ganharam o Leão de Ouro na Bienal de Veneza.
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Apesar do modernismo demorar a acontecer na arquitetura, vale destacar a importância das casas projetadas por Warchavchik, que aboliu as ornamentações. Outro exemplo foi Lina Bo Bardi que conseguiu ampliar a visão da modernidade no Brasil quando fez o Museu de Arte de São Paulo (MASP) com o vão-livre, pois era comprometida com uma sociedade mais justa e com a cultura popular.
A racionalidade e a tecnologia continuam valendo como valores propagados na época. Além disso, cada vez são mais importantes nas casas contemporâneas o concreto armado, a estrutura independente e as janelas em toda a fachada.
Estética brasileira nos projetos
A estética estrangeira foi rompida, e os profissionais começaram a produzir uma arte verdadeiramente brasileira, olhando mais para a casa, para o equilíbrio com a limpeza dos ornamentos e visando a criação de um ambiente aconchegante.
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Foram diversos feitos relevantes até hoje pelos modernistas que usaram a tecnologia a favor da arquitetura, criando prédios inteligentes. Niemeyer ousou nas curvas com o concreto armado, Rino Levi criou o prédio da Avenida Paulista com fachada de brises, e Lina Bo Bardi empregou a tecnologia até o limite para fazer o vão-livre no MASP.
Valorização dos materiais
O movimento modernista foi importante por levar a limpeza das formas e a valorização dos materiais. Após a revolução industrial, houve a produção em larga escala de aço, concreto e vidro. O modernismo levou funcionalidade e mais luz aos projetos. Foram retirados os excessos estrangeiros para uma arquitetura limpa, sofisticada e sutil em relação às formas simples nos projetos de interiores e no design das peças.
Uma das maiores contribuições dos interiores foi exatamente o uso dos materiais de maneira clara, que envelhecem bonitos e deixam os espaços mais fluidos.