Piso para calçada: Saiba o que levar em consideração para garantir a segurança e a acessibilidade do projeto
Especificar pisos para áreas externas é sempre um desafio à parte por conta das intempéries climáticas. Afinal, poucos revestimentos resistem à chuva e à incidência direta de luz solar, entregando beleza, segurança e durabilidade. Para piorar a situação, quando falamos em piso para calçada, geralmente, estamos tratando de uma superfície inclinada, propensa ao escorregamento e submetida ao tráfego de pessoas, bicicletas e até carros.
Todas essas condições adversas precisam ser levadas em consideração na escolha do revestimento de piso para calçada externa. É um consenso entre arquitetos e urbanistas que o principal fator de decisão deve ser a textura do piso, que implica diretamente na resistência ao escorregamento. Então, vamos começar por aí!
Coeficiente de atrito
O coeficiente de atrito é um parâmetro utilizado para medir a resistência do revestimento ao escorregamento. A lógica é simples: quanto maior o atrito, menor o escorregamento. Assim, conseguimos dividir os pisos conforme o risco que eles apresentam a acidentes quando molhados.
Em calçadas inclinadas, o recomendado é que o coeficiente de atrito seja superior a 0,7: uma superfície bem rugosa que garante a aderência do calçado mesmo quando molhada.
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Além de ser uma questão de segurança, os pisos antiderrapantes também são uma medida de inclusão. Afinal, em uma calçada externa é preciso considerar pessoas com mobilidade reduzida, sejam idosos, PcDs ou gestantes.
Resistência
Sempre que falamos de ambientes públicos, onde é prevista a alta circulação de pessoas, a escolha do piso deve considerar a resistência do revestimento. Hoje, a maioria das marcas já destacam todos os usos possíveis de suas peças. Portanto, você provavelmente encontrará a indicação de “calçadas” nos pisos indicados para este uso.
Quando eu ainda trabalhava como vendedora de revestimentos, o principal indicativo para resistência ao tráfego e abrasão de peças cerâmicas era o PEI. Na realidade, a sigla significa Porcelain Enamel Institute — Instituto de Esmalte de Porcelana. Ela é responsável por regulamentar a classificação do porcelanato conforme a resistência do esmalte superior à abrasão. Em alguns produtos, você ainda pode encontrar este indicador. Para calçadas externas, o indicado é o PEI 5, de resistência muito alta.
Porosidade
Resolvida a questão de circulação, é hora de lidar com a absorção da água da chuva. Esta pode ser uma pegadinha para muitos profissionais, afinal, quando falamos em áreas molhadas, sempre buscamos os revestimentos mais impermeáveis possíveis, afinal, não queremos que a peça manche ou descole por conta da umidade.
Contudo, em calçadas externas, a impermeabilização total do solo pode ser um tiro no pé, causando alagamentos e prejuízos ainda maiores. Por isso é tão comum vermos calçadas com grandes ou pequenas pisadas de pedra, intercaladas com grama natural. A grama é responsável por absorver essa chuva, sem prejudicar o revestimento ou o fluxo natural da água.
Uma opção que tem feito muito sucesso nos últimos anos são os pisos drenantes. De modo geral, um piso drenante é composto de concreto com pedras granuladas. Sua composição permite que a água escoe (também é conhecido como piso permeável), facilitando o escoamento da água da chuva. Vale destacar que este tipo de revestimento necessita ainda de um sistema de escoamento para o correto funcionamento.
Exposição ao sol
Faça chuva ou faça sol, a calçada estará sempre ali, à mercê do clima. A exposição direta aos raios solares ocasiona a dilatação térmica. À medida que a superfície esquenta, o grau de agitação das moléculas aumenta, ocasionando um leve aumento nas dimensões do revestimento. Contudo, quando não prevemos a dilatação térmica do piso na hora de definir os rejuntes, podemos provocar trincas e descolamentos, comprometendo a calçada.
Outro efeito dos raios solares diz respeito às cores escolhidas para a calçada. Pisos mais escuros tendem a aquecer muito nas horas mais quentes do dia, dificultando o passeio com animais de estimação e contribuindo para a elevação da temperatura urbana. Já as cores excessivamente claras podem provocar desconfortos como ofuscamento e cansaço visual, devido à grande reflexão de luz. Sendo assim, é melhor optar por tonalidades médias e neutras.