Como saber se um porcelanato é de qualidade? Saiba o que considerar na hora da compra!

Conheça os principais indicativos para porcelanatos e como eles podem ajudá-lo a escolher o melhor revestimento para o seu projeto Quem me conhece sabe que não escondo meu apreço por porcelanatos. Em termos de absorção e resistência, ele é considerado um dos melhores materiais existentes para a sua casa. Mas é claro que nenhum revestimento […]

Lilian Revestindo a Casa
Calendario 15 dezembro 2023 Lilian Revestindo a Casa
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Conheça os principais indicativos para porcelanatos e como eles podem ajudá-lo a escolher o melhor revestimento para o seu projeto

Conheça os principais indicativos para porcelanatos e como eles podem ajudá-lo a escolher o melhor revestimento para o seu projeto

A escolha de um porcelanato perpassa vários critérios e indicações de aplicação (Foto: Portobello / Divulgação)

Quem me conhece sabe que não escondo meu apreço por porcelanatos. Em termos de absorção e resistência, ele é considerado um dos melhores materiais existentes para a sua casa. Mas é claro que nenhum revestimento é perfeito e o cliente tem o direito de conhecer todos os prós e contras daquele material antes da compra.

 Com frequência, algum aluno ou conhecido me procura para se queixar de um porcelanato de má qualidade. Como em todos os nichos de mercado, é claro que existem marcas picaretas e produtos que não entregam o que prometem. Por isso, é fundamental pesquisar o fabricante para entender se aquela é uma marca reconhecida e confiável. 

Mas o que eu percebo é que, na maioria das vezes, os problemas na obra ou no pós-obra decorrem de um porcelanato inadequado para aquele uso, não necessariamente um porcelanato ruim. Muitos arquitetos e designers de interiores não detém o conhecimento necessário para especificar revestimentos e, nessa história, acabam causando um enorme prejuízo para o cliente e colocando a culpa no fabricante – que, com certeza, irá se esquivar da responsabilidade. 

Por isso, é fundamental estar atento às classificações dos porcelanatos e às orientações do fabricante para a instalação. 

Área de uso

Conheça os principais indicativos para porcelanatos e como eles podem ajudá-lo a escolher o melhor revestimento para o seu projeto

Porcelanato Natural Retificado Nord Cement da Portobello aplicado no piso e em paredes internas (Foto: Portobello / Divulgação)

Quando eu ainda trabalhava como vendedora de revestimentos, o principal indicativo para resistência ao tráfego e abrasão de um produto era o PEI. Na realidade, a sigla significa Porcelain Enamel Institute — Instituto de Esmalte de Porcelana. Ela é responsável por regulamentar a classificação do porcelanato conforme a resistência do esmalte à abrasão. Em alguns produtos, você ainda pode encontrar este indicador. 

  • PEI 0 – Baixíssima: significa que o revestimento é indicado apenas para paredes, pois esta é uma superfície menos sujeita à abrasão.
  • PEI 1 – Muito baixa: revestimento indicado para cômodos de uso ocasional, como banheiros, que não tenham porta externa. Assim, não há entrada para sujeiras abrasivas.
  • PEI 2 – Baixa: pode ser usado em ambientes com uso moderado, como quartos e banheiros, que não tenham portas externas.
  • PEI 3 – Média: o uso de peças de cerâmica com essa classificação pode ser feito em qualquer cômodo residencial, desde que não haja portas externas.
  • PEI 4 – Alta: pode ser aplicada em qualquer local da residência, com portas externas, desde que não permita a entrada de partículas muito abrasivas como a areia. Também pode ser usada em pequenos estabelecimentos comerciais, sem portas externas.
  • PEI 5 – Muito alta: seu uso pode ser feito em qualquer estabelecimento comercial e residencial, além de algumas indústrias, pois consegue suportar bem a abrasão gerada por alguns maquinários mais leves. 

Hoje, a forma mais comum de indicar a área de uso do porcelanato é referindo-se diretamente ao ambiente. As siglas variam bastante, mas a lógica é a mesma: revestimentos indicados apenas para paredes são menos resistentes à abrasão, enquanto revestimentos para ambientes comerciais e industriais apresentam uma alta resistência. 

  • Revestimento interno: paredes.
  • Paredes externas e fachadas.
  • Ambientes residenciais, sem acesso à rua e com baixo tráfego de pessoas: banheiros, salas, cozinhas, garagens, varandas, etc.
  • Ambientes comerciais com baixo tráfego: áreas comuns de condomínios, corredores de hotéis, etc.
  • Ambientes comerciais com alto tráfego: hall de hotéis, escolas, hospitais, mercados, etc.
  • Ambientes industriais e comerciais: calçadas, shoppings, supermercados, metrô, etc.

Ah Lilian, mas o que isso tem a ver com a qualidade? De fato, um revestimento menos resistente à abrasão não possui menos qualidade do que outro. Contudo, se você utilizá-lo no piso de uma garagem, certamente, ele irá trincar com o peso do carro e você colocará a culpa na qualidade, quando o erro está na área de uso. 

CONFIRA: PORCELANATO PARA COZINHA: CONFIRA 10 LANÇAMENTOS DA PORTOBELLO

Absorção de água

Como saber se um porcelanato é de qualidade? Saiba o que considerar na hora da compra!

Porcelanato LM Carrara da Roca aplicado em piso e paredes do banheiro (Foto: Roca / Divulgação)

Partindo do princípio de que o porcelanato é a peça cerâmica menos porosa que existe, a absorção de água não deveria nem ser um problema. Contudo, na hora da compra, muitos clientes se deixam levar pelo preço e acabam comprando uma cerâmica Grês no lugar do porcelanato. 

Além de ser um aspecto fundamental para áreas molhadas e molháveis, a porosidade influencia diretamente na resistência mecânica daquele revestimento e pode ser o motivo do seu descolamento em áreas molhadas ou de uma trinca no piso comercial: 

  • Porcelanatos: baixa absorção – resistência mecânica alta (BI a – de 0 a 0,5 %);
  • Grês: baixa absorção – resistência mecânica alta (BI b – de 0,5 a 3%);
  • Semi-Grês: média absorção – resistência mecânica média (BII a – de 3 a 6%);
  • Semi-Porosos: alta absorção – resistência mecânica baixa (BII b – de 6 a 10%);
  • Porosos: alta absorção – resistência mecânica baixa (BIII – acima de 10%). 

Resistência ao escorregamento

Conheça os principais indicativos para porcelanatos e como eles podem ajudá-lo a escolher o melhor revestimento para o seu projeto

A resistência ao escorregamento deve ser alinhada ao uso daquele ambiente (Foto: Roca / Divulgação)

Quando falamos em porcelanatos, outra queixa que recai injustamente sobre a qualidade da peça é sua resistência ao escorregamento. Essa é uma classificação facilmente identificada na caixa de qualquer marca: o coeficiente de atrito. No geral, dividimos os porcelanatos da seguinte maneira: 

  • Pisos com coeficiente de atrito < 0,4: recomendados para instalações normais, que não demandam maiores cuidados com segurança;
  • Pisos com coeficiente de atrito entre 0,4 a 0,7: recomendados para locais onde se requer resistência ao escorregamento;
  • Pisos com coeficiente de atrito > 0,7: recomendados para locais onde o risco de escorregamento é muito intenso. 

Se você optar por instalar um piso de coeficiente de atrito menor do que 0,4 na sua lavanderia, estará conscientemente colocando a sua vida ou a do cliente em risco, pois essa é uma norma de segurança para evitar acidentes. 

Pois bem, checados o coeficiente de atrito, o índice de porosidade e a indicação de uso, agora, podemos falar de qualidade. Os porcelanatos costumam ser divididos em três classes: A, B e C. 

As peças de classe A são consideradas as de melhor qualidade, pois apresentam tamanhos regulares, praticamente não possuem defeitos visíveis à distância de 1 metro e, no geral, possuem uma alta resistência. As peças de classe C não necessariamente são defeituosas, mas trata-se de uma linha mais acessível, onde o empenamento pode ser maior, os cantos não são tão regulares, assim como as juntas. 

É claro que, se o cliente tem dinheiro para investir e deseja o resultado mais uniforme possível, é melhor investir em um porcelanato de classe A. Mas as classes B e C não são, necessariamente, de má qualidade. Basta que o vendedor e o arquiteto sejam honestos com o cliente quanto às pequenas variações que costumam ocorrer nessas peças. 

Variações de impressão

Porcelanatos com veios aparentes costumam ter uma maior variação entre as peças (Foto: Portobello / Divulgação)

Falando em variações, sempre aconselho atenção às variações de impressão. A tecnologia permitiu infinitos padrões de porcelanato, que imitam os mais diversos materiais naturais. Justamente por conseguir reproduzir com fidelidade as características da natureza, alguns produtos contam com o que chamamos de graus de variação. 

CONFIRA: QUAL A DIFERENÇA ENTRE CERÂMICA E PORCELANATO?

Produtos no mercado podem variar de V1 a V4, sendo que o V1 é o produto mais homogêneo possível, ou seja, suas peças são praticamente iguais entre si e o V4 os que possuem grande variação entre suas peças, inclusive dentro de uma mesma caixa. Isso não tem a ver com a qualidade do piso, mas precisa ser informado ao cliente para que ele tenha sua expectativa alinhada ao resultado final. 

  • V1 – Variação uniforme: praticamente não há diferenças entre as peças.
  • V2 – Variação leve: diferenças visíveis na textura ou no padrão, mas com cores similares entre elas. 
  • V3 – Variação moderada: as cores em uma única peça são parte das cores presentes nas demais peças, mas haverá variação significativa.
  • V4 – Variação aleatória: diferenças significativas de cores de peça para peça, sendo que cada uma pode ter cores totalmente diferentes das outras.

Pisos V1 são indicados para clientes que querem um ambiente mais homogêneo, sem tantos desenhos ou veios aparentes. Pisos V4 já são excelentes para quem quer um produto mais marcante, como peças que reproduzem madeira de demolição ou mármores com muitos veios e uma identidade mais marcante. Não deixe de verificar a classificação de variação do seu produto e veja se está de acordo com o que espera para o seu ambiente. 

É muito comum as pessoas verem uma peça no mostruário da loja e acreditarem que todo o porcelanato instalado na sua casa terá aquela aparência, o que não é verdade. Lembre-se, quanto maior o V, maior será a variação entre as peças.

Lilian Revestindo a Casa
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Lilian Santos

Lilian Santos

CEO do Revestindo a Casa

Sou formada em Design de Interiores e Marketing, e especialista em revestimentos. Durante muitos anos, trabalhei em empresas especializadas do segmento e compartilho todos os segredos deste universo por aqui. Ainda ministro cursos, palestras e consultorias sobre o assunto, além de integrar o time de colunistas da Casa Vogue.

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