25 fevereiro 2023 
Projeto do escritório Balaio Arquitetura com piso de madeira (Foto: Manuel Sá / Divulgação)
Sou a primeira a defender que não existe material no mundo como a madeira. Este é um elemento ímpar quando falamos em despertar aconchego e reconexão com a natureza em espaços urbanos. Por anos, ela foi a principal escolha para o piso de ambientes internos, tanto em casas, como apartamentos.
Diferente de outros revestimentos como porcelanatos, laminados e vinílicos, que abordaremos a seguir, o piso de madeira é um produto natural: cada peça tem cores, tonalidades e veios únicos. Como existe uma grande diversidade de madeiras na natureza, alguns tipos possuem mais variações que outros, mas sempre haverá uma diferença entre as peças, que garante um resultado único ao decór.
Além da estética, ela carrega outras vantagens importantes. Um deles é o isolamento térmico. A madeira possui um nível de calor específico elevado, ou seja, demora muito para que ela fique quente. Além disso, possui baixa condutividade térmica, o que faz com que o calor não se desloque com facilidade pela mesma. Sendo assim, ela consegue manter a temperatura interior da casa sempre agradável, tanto no frio, quanto no calor.
Projeto do escritório Balaio Arquitetura com piso de madeira (Foto: Manuel Sá / Divulgação)
Outro destaque deste material é a sua resistência e durabilidade, quando tomados os devidos cuidados. Um piso de madeira bem cuidado é para vida toda! Isso se deve à possibilidade de revitalizá-lo: basta fazer uma raspagem e aplicação de verniz e seu piso fica novo.
Como qualquer revestimento, a madeira também carrega suas desvantagens. A porosidade é uma questão que sempre aparece, já que a absorção de água é extremamente alta, podendo manchar, mofar, estufar ou até rachar com o excesso de umidade, caso não seja impermeabilizada com frequência.
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Os cuidados com a impermeabilização da madeira podem ser custosos e, infelizmente, não são os únicos. Também é fundamental proteger o material contra insetos, especialmente cupins. Além disso, é necessário renovar a pintura ou o verniz periodicamente.
Mas o principal motivo pelo qual as pessoas buscam revestimentos que imitam madeira é o elevado custo do material. O valor pode variar bastante conforme a madeira escolhida, mas com os devidos certificados de sustentabilidade, dificilmente um piso de madeira sairá mais barato do que o vinílico ou laminado.
Vinílico
Projeto de Fantato Nitoli com piso vinílico que imita madeira (Foto: Julia Ribeiro / Divulgação)
O piso vinílico é feito de cloreto de vinila ou PVC, e é um dos revestimentos queridinhos quando falamos em reproduzir madeira. É possível encontrá-lo no formato de manta, réguas e placas. O tipo mais usado em obras residenciais é a régua, que permite diversas aplicações e paginações diferentes como a escama de peixe, por exemplo.
Existem também dois tipos de aplicação: os colados e os clicados. Os clicados são uma excelente opção para casas alugadas e obras comerciais, pois a instalação é mais rápida e o podem ser removidos com mais facilidade e aplicados em outro lugar. Eles têm de 4 a 6 mm de espessura. Os colados são mais baratos e mostram mais a irregularidade do contrapiso por serem mais fininhos, de 2mm a 3 mm de espessura.
Enquanto o piso vinílico é mais resistente às manchas, ele também risca com maior facilidade. Portanto, se você tem mania de mudar os móveis de lugar sem o auxílio de rodízios, é melhor optar por um piso de madeira, laminado ou porcelanato.
Se a ideia é aplicar o revestimento em área molhada, esqueça! O piso vinílico também não é recomendado para a imersão em água, embora absorva menos líquido que a madeira natural. Ainda assim, uma quantidade exagerada de água pode levar ao descolamento das placas vinílicas ou a criação de mofo sob a superfície.
Quanto ao conforto acústico, o piso vinílico é a melhor opção para abafar ruídos em casas com crianças ou pets.
Laminado
Projeto da arquiteta Flávia Theodorovitz com piso laminado que imita madeira (Foto: Nathalie Artaxo / Divulgação)
O piso laminado é composto por diversas camadas de derivados de madeira, em larguras e comprimentos variados. Por isso, é uma excelente opção para quem busca a estética da madeira natural, por um custo mais baixo. Ele é coberto por uma resina melamínica e também dispõe de diversas cores, acabamentos e estampas.
Quanto aos formatos, os pisos laminados encontram-se disponíveis apenas nos formatos de régua e placa. São mais fáceis de instalar do que a madeira e o vinílico: basta encaixar as réguas com a ajuda de espaçadores, sobre uma manta de polietileno. Costumam ser mais grossos, com 7 a 9 mm de espessura, o que também ajuda a disfarçar eventuais imperfeições e irregularidades no contrapiso.
Um diferencial do piso laminado é que ele não precisa ser encerado, já que a resina lhe garante um acabamento brilhante por mais tempo. Contudo, o piso laminado é tão sensível à água quanto a madeira natural.
Outra desvantagem é que, por ser um revestimento mais rígido, o laminado também propaga o som ao caminhar. Para a instalação em apartamentos, é recomendado utilizar uma manta acústica para que o barulho não incomode o vizinho de baixo.
Porcelanato que reproduz madeira
Projeto do Oficina 11.11 com porcelanato que reproduz madeira (Foto: Divulgação)
Os porcelanatos que reproduzem madeira são capazes de trazer o aconchego estético da madeira, com todas as vantagens de um piso frio. Sua principal vantagem é a baixa absorção, que permite sua aplicação em banheiros, cozinhas, lavanderias e áreas externas, enquanto a madeira natural apresenta restrições devido à porosidade.
Além da água, o porcelanato que imita madeira é mais resistente a componentes químicos, produtos de limpeza, partículas de gordura e alimentos pigmentados, motivo pelo qual dificilmente manchará. Sem contar que não carregam o risco de propagar chamas em caso de incêndio.
Enquanto o piso de madeira necessita de uma manutenção periódica, os porcelanatos apresentam alta durabilidade e resistência. Outra vantagem é a variedade infinita de cores e padrões, incluindo tons de cinza, preto e coloridos.
Contudo, se você busca conforto térmico e tem o hábito de andar descalço, o porcelanato pode não ser a melhor opção. De um modo geral, os pisos frios são recomendados para a área social da casa, enquanto os pisos quentes são indicados para cômodos em que você deseja criar um ambiente mais íntimo, mantendo um equilíbrio de temperatura entre o corpo e o piso, como quartos e closets.
Como você pode perceber, cada um dos materiais apresenta vantagens e desvantagens. A melhor escolha irá depender do perfil do morador, seus hábitos e do ambiente onde o revestimento será aplicado!
