01 fevereiro 2023 
Projeto do arquiteto Jean de Just (Foto: Renato Navarro / Divulgação)
Estima-se que a banheira mais antiga já encontrada seja datada de 1700 A.C., mas sabemos que modelos rudimentares eram amplamente utilizados em banhos públicos na Grécia e na Roma, desde 500 A.C. Neste contexto, as grandes banheiras, que se pareciam com verdadeiras piscinas, serviam mais para uma interação social do que para a higienização em si.
Somente no século IX, no Japão, temos o primeiro registro de um modelo ainda conhecido e utilizado atualmente: os ofurôs. Muito semelhantes a uma banheira tradicional, eles são apenas um pouco mais fundos, permitindo que a água cubra até os ombros de quem se senta dentro dele.
Projeto do arquiteto Beto Magalhães com ofurô (Foto: Marco Antonio/Divulgação)
Foi nessa época que o banho de banheira ganhou a aura de relaxamento, uma vez que os japoneses acreditavam que o ofurô poderia purificar o corpo e a mente. Independente da crença, ficou comprovado cientificamente que a imersão em água aquecida, por volta de 40 ºC, relaxa e alivia dores musculares.
O ofurô tradicional é aquele modelo de madeira em formato arredondado e sem grandes tecnologias. A partir dele, foram desenvolvidos outros modelos de banheiras individuais, em diferentes materiais.
Vitoriana
Projeto do escritório Garimpório com banheira vitoriana (Foto: Marco Antonio / Divulgação)
Mas foi somente a partir do século XIX que as banheiras portáteis começaram a ganhar popularidade, na Inglaterra. Não à toa, a banheira de ferro fundido ficou conhecida como vitoriana, em homenagem à rainha Victoria. Seu reinado cunhou o estilo vitoriano, muito associado ao poder, luxo e riqueza – valores que as banheiras carregam até hoje.
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No caso das banheiras, o que remete a este estilo são os pés minuciosamente detalhados, com detalhes dourados e linhas arredondadas. As primeiras eram feitas com ferro fundido e externamente era utilizado acabamento esmaltado. Peças mais leves foram desenvolvidas para o uso da nobreza, sendo que as camareiras carregavam as banheiras até os quartos e enchiam manualmente com água quente.
Esta popularidade das banheiras a partir de 1800 coincide com o momento onde o banho passou a ser tido como um hábito de higiene, fundamental para evitar doenças. Posteriormente, as banheiras passaram a ter o encanamento que permitiu a sofisticação do utensílio.
Jacuzzi
Projeto da arquiteta Lica Cukier (Foto: Edu Castello/Casa e Jardim)
Mas se você chegou até aqui querendo mesmo é saber da banheira de hidromassagem, a história que você precisa conhecer é a dos irmãos Jacuzzi. Tudo começou quando um grupo de três irmãos que viviam na região de Friuli, na Itália, resolveram tentar a vida nos Estados Unidos, no ano de 1907.
Alguns anos depois, mais quatro irmãos se juntaram a eles, fundando a Jacuzzi Bros. A invenção mais famosa, obviamente, foi a banheira jacuzzi, mas eles registraram mais de duzentas patentes em cinco anos de empresa.
A ideia para a banheira jacuzzi veio para solucionar o problema de um dos filhos desses irmãos, Ken Jacuzzi, que sofria de artrite reumatóide. Para ajudar o filho, Candido Jacuzzi desenvolveu uma banheira doméstica que utilizava a bomba de irrigação que vendiam na empresa. O jato de água funcionava como uma hidroterapia, fazendo uma espécie de massagem no corpo.
A ideia deu tão certo que foi aperfeiçoada pelo sobrinho de Candido, Roy Jacuzzi, que deu um passo importantíssimo para a popularização da invenção. Em 1968, ele utilizou seus conhecimentos de hidráulica para misturar água e ar, produzindo o efeito de hidromassagem como conhecemos. O item passou a ser comercializado em larga escala para hospitais e escolas. Posteriormente, para uso residencial.
No Brasil
Projeto da arquiteta Juliana Pippi (Foto: Marco Antônio/Divulgalção)
A banheira como conhecemos hoje só chegou no Brasil entre 1950 e 1970. Por aqui, entendemos como banheiras os utensílios domésticos utilizados para banhos relaxantes, cuja função principal é armazenar água. Podem ser redondas, quadradas, retangulares, de canto, individuais, duplas, etc. Os principais modelos de banheira são os de imersão e hidromassagem.
As banheiras de imersão não possuem jatos de hidromassagem e outros acessórios, apenas entrada e saída de água. Isso facilita a instalação e permite que seja movida de lugar, inclusive, transportada para outra residência em uma eventual mudança. Destaque para as banheiras de imersão em estilo vitoriano, um modelo clássico com a borda curvada para fora.
Já as banheiras de hidromassagem, inspiradas na original jacuzzi, servem tanto para relaxar quanto para fazer sua higiene, pois é ligada ao sistema hidráulico da casa, e contém ralos que servem para escoar a água do banho. O termo hidromassagem refere-se aos jatos de água liberados por essa banheira, que fazem literalmente massagens em nosso corpo. Esses jatos são originados de uma bomba de água específica para banheiras, que pressuriza a água.
Na hora da escolha, é fundamental levar em consideração o local de instalação, número de pessoas que irão utilizar a banheira, o espaço disponível e o orçamento. Avalie também as plantas hidráulicas e elétricas da residência, considerando o ponto de água, de esgoto e de registro.
O cuidado deve ser redobrado em apartamentos e, em alguns casos, é necessário solicitar a autorização do condomínio. Para evitar dores de cabeça e prejuízos futuros, se puder, recorra a um profissional para a instalação.
