24 fevereiro 2023 
Em ambientes pequenos, a escolha dos revestimentos é ainda mais importante, a fim de garantir uma maior sensação de amplitude. No geral, quando o assunto é quarto, a recomendação geral de arquitetos e designers de interiores são os pisos quentes.
Tratam-se de materiais maus condutores, ou seja, que apresentam pouca troca de calor com o meio e permanecem quase sempre na mesma temperatura. É o caso da madeira, do vinílico e do laminado.
Em um quarto pequeno, o que irá variar são os formatos e as paginações indicados para ampliar visualmente o ambiente. Confira a seguir as principais indicações!
Assoalho de madeira
Projeto do escritório Scarpato Arquitetura Paisagística com assoalho de madeira (Foto: Bicubico / Divulgação)
O assoalho é um piso de madeira maciça, formado por tábuas, muito comum nas casas e apartamentos brasileiros. As réguas podem ter diferentes larguras e comprimentos, a depender das dimensões do cômodo.
O ideal é escolher uma régua compatível com o ambiente, evitando ao máximo recortes e perda de revestimento. A paginação das réguas irá depender do efeito desejado. Se o quarto é mais extenso é necessário valorizar a largura, a dica é posicionar as peças na horizontal.
A paginação mais comum é a alinhada, onde as peças de mesmo tamanho e formato são dispostas em um perfeito alinhamento. Outra opção muito comum é a transpassada, onde as pessoas são instaladas de forma a causar um desencontro entre suas extremidades. Agora, se você deseja valorizar o comprimento, pagine as réguas na vertical.
Tacos de madeira
No projeto do escritório MNBR Arquitetos, os tacos de madeira também são aplicados na cabeceira, favorecendo a sensaçãod de amplitude (Foto: Alexandre Disaro / Divulgação)
Já os tacos de madeira costumam ter 2 cm de espessura e tamanhos variados, que vão do taquinho (7 x 21 cm) ao tacão (19 x 50 cm). Os mais comuns são feitos de sucupira, ipê, grapia, cumaru, peroba mica, jatobá e amêndola. Apesar da variedade de tons e tamanhos, o que mais encanta nos tacos de madeira são as paginações.
Se o seu cliente tem um perfil mais dinâmico, as paginações em zigue-zague são uma boa pedida para trazer mais movimento aos pisos e paredes. As mais conhecidas são a espinha de peixe e a escama de peixe, irmãs gêmeas frequentemente confundidas.
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Na paginação escama de peixe, as peças retangulares são aplicadas em ângulos de 90 º com relação às paredes. O encaixe entre as peças criam consecutivas letras L, como se a direção apontada fosse diagonal. Este padrão é mais utilizado em pisos para valorizar a amplitude.
No caso da espinha de peixe, as peças retangulares são sempre aplicadas em ângulos de 45° com relação às paredes, ou seja, na diagonal do ambiente. O encaixe entre elas cria consecutivos letras V, como se várias setas apontassem em uma mesma direção. Este geometrismo é muito utilizado para valorizar o pé-direito em paredes.
Vinílico
Projeto do escritório paulistano Bianchi & Lima com piso vinílico (Foto: Júlia Ribeiro / Divulgação)
Uma opção com custo menor do que a madeira, o piso vinílico é feito de cloreto de vinila ou PVC. No mercado, é possível encontrar diversas opções de cores e texturas, com destaque para os amadeirados. É possível encontrá-lo no formato de manta, réguas e placas.
Existem também dois tipos de aplicação: os colados e os clicados. Os clicados são uma excelente opção para casas alugadas e obras comerciais, pois a instalação é mais rápida e o podem ser removidos com mais facilidade e aplicados em outro lugar. Eles têm de 4 a 6 mm de espessura. Os colados são mais baratos e mostram mais a irregularidade do contrapiso por serem mais fininhos, de 2mm a 3 mm de espessura.
Assim como a madeira e o laminado, que trarei a seguir, ele é considerado um piso térmico, ou seja, sua temperatura não varia conforme o exterior. Mesmo em dias muito quentes ou frios, o piso vinílico fica estável e confortável para pisar. Para quem ama andar descalço ou tem crianças que engatinham e brincam pelo chão, vale a pena o investimento.
Laminado
Projeto da arquiteta Bianca da Hora com piso laminado da Durafloor (Foto: Juliano Colodeti / MCA Estúdio / Divulgação)
Já o piso laminado é composto por diversas camadas de derivados de madeira, em larguras e comprimentos variados. Por isso, é uma excelente opção para quem busca a estética da madeira natural, por um custo mais baixo. Ele é coberto por uma resina melamínica e também dispõe de diversas cores, acabamentos e estampas.
Quanto aos formatos, os pisos laminados encontram-se disponíveis apenas nos formatos de régua e placa. São mais fáceis de instalar do que a madeira e o vinílico: basta encaixar as réguas com a ajuda de espaçadores, sobre uma manta de polietileno. Costumam ser mais grossos, com 7 a 9 mm de espessura, o que também ajuda a disfarçar eventuais imperfeições e irregularidades no contrapiso.
Porcelanato
Quarto com porcelanato Linha Concrete, da Roca Ceramica (Foto: Roca / Divulgação)
O porcelanato é um dos revestimentos mais utilizados em projetos residenciais, conhecido por sua grande resistência e por ser uma alternativa a pedras mais nobres. Diferente dos revestimentos anteriores, trata-se de um piso frio, mas, nos últimos anos, tem sido amplamente empregado em quartos.
No caso de ambientes pequenos, tons claros e neutros refletem a luz e, inevitavelmente, causam a impressão de que o quarto é mais espaçoso. O branco e o bege são os mais indicados, mas nada impede que você opte por tons de cinza. Porcelanatos amadeirados, por sua vez, trazem aconchego
Em ambientes menores, recomendo que as peças quadradas sejam paginadas sequencialmente e de forma retilínea. O melhor é iniciar o assentamento no fundo do cômodo em direção à porta, para evitar que a sequência seja quebrada. Evite o posicionamento em ângulos de 45º, que dará a impressão de um espaço ainda menor.
No caso de placas retangulares, aposte em peças colocadas na vertical ou na diagonal. Essas direções funcionam como truques para os olhos, valorizando a sensação de profundidade.
Lastras
O uso de lastras no piso e na parede de quartos pequenos favorece a amplitude (Foto: Portobello / Divulgação)
Pode parecer contraditório, mas quanto maior a dimensão do porcelanato, mais amplo o ambiente aparentará ser. Isso porque seu assentamento resulta em menos linhas de rejunte.
Por outro lado, se a peça for muito grande, talvez seja necessário fazer mais cortes, levando a uma maior perda de material. Por isso, um planejamento detalhado do espaço é tão importante.
As lastras são uma opção excelente para revestir paredes internas e valorizar o pé-direito. Quando aplicadas no piso, diminuem o risco de desalinhamento e facilitam a limpeza do ambiente, pelo menor número de emendas.
