História de Oscar Niemeyer

Certamente, um dos arquitetos brasileiros mais renomados, Oscar Niemeyer Soares Filho nasceu em 15 de dezembro de 1907, no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Em 1928 casou-se com Anita Baldo, com quem teve uma filha, Anna Maria Niemeyer. Para sustentar a família, trabalhava com o pai na tipografia da família. Em 1929, decidiu […]

Lilian Revestindo a Casa
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Oscar Niemeyer posa em frente ao Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba (Foto: Metrópoles / Divulgação)

Certamente, um dos arquitetos brasileiros mais renomados, Oscar Niemeyer Soares Filho nasceu em 15 de dezembro de 1907, no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Em 1928 casou-se com Anita Baldo, com quem teve uma filha, Anna Maria Niemeyer. Para sustentar a família, trabalhava com o pai na tipografia da família.

Em 1929, decidiu entrar para a Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro e formou-se cinco anos depois como engenheiro-arquiteto. Iniciou sua vida profissional com pé-direito, no escritório do arquiteto Lúcio Costa, com quem anos depois criaria Brasília.

Como estagiário da equipe, Niemeyer trabalhou ao lado do arquiteto franco-suíço Le Corbusier no projeto do novo prédio para o Ministério da Educação e Saúde Pública, no Rio de Janeiro, um marco da arquitetura moderna brasileira. 

Ministério da Educação e Saúde Pública, no Rio de Janeiro (Foto: Itaú Cultural / Divulgação)

Ainda jovem, já demonstrava talento ao sugerir centralizar o prédio no terreno e aumentar de 4 para 10 m os pilotis de sustentação. Em 1937, desenvolveu seu primeiro projeto autoral, a Obra do Berço. 

Três anos depois, a convite de Juscelino Kubitschek, então, prefeito de Belo Horizonte, desenvolveu o Conjunto da Pampulha, sua primeira obra de impacto. O projeto inclui cassino, clube, salão de dança e igreja. Para a execução da obra, Niemeyer contou com o paisagista Burle Marx. 

Conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte (Foto: Gazeta do Povo / Divulgação)

Inspirado nas curvas da arte barroca, o prédio foi concebido e desenhado em uma única noite, no quarto de um hotel, após a conversa com o político. O projeto já trazia traços do que viria a ser sua marca registrada: o uso do concreto, vidro, curvas e vãos livres. 

Em 1945, Oscar foi convidado para projetar o Edifício da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque. Em sua carreira, acumula mais de 600 obras em solo nacional e internacional. 

Para celebrar os 400 anos da cidade de São Paulo, o Parque Ibirapuera foi outro grande projeto de Niemeyer. Símbolo da modernidade brasileira, o uso das curvas acentua a leveza das construções, como a Marquise do Ibirapuera e o Prédio da Bienal. O parque foi inaugurado em 1954, mas só foi finalizado em 2005, com a inauguração do Auditório Ibirapuera, que não saíra do papel nos anos 50. 

Marquise do Ibirapuera, em São Paulo (Foto: Acervo do Museu Paulista da USP / Divulgação)

Em setembro de 1956, foi lançado o edital do concurso de um Plano Piloto para Brasília, vencido pelo arquiteto Lúcio Costa. “Quando Juscelino transformou-se em Presidente da República, ele já tinha um arquiteto no bolso, era Oscar Niemeyer. Era um arquiteto previamente escolhido. Isto quer dizer que o concurso foi somente na parte de urbanismo da cidade, o Plano Piloto. Eu elaborei o Plano Piloto. Eu não pretendia participar do concurso, mas, no meio do prazo, eu tive uma ideia, achei que valia a pena e concorri”, contou Lúcio em entrevista à professora Ana Rosa de Oliveira. 

Niemeyer projetou diversas obras para a capital brasileira, entre elas podem-se destacar: o Palácio do Planalto, a Catedral de Brasília, o Congresso Nacional, o Palácio da Alvorada, e o Palácio do Itamaraty. Inaugurada a cidade, ele foi coordenar a Escola de Arquitetura da UnB. 

Palácio do Planalto, em Brasília (Foto: Tripadvisor / Reprodução)

Permaneceu nesta posição até 1964, quando foi demitido junto a mais de 200 professores devido ao golpe militar. Três anos depois, vai se exilar na França, onde trabalha em diversos países da Europa. O arquiteto só retornou ao Brasil mais de uma década depois, em 1980, quando criou o Memorial JK. Em 1984, projeta o Sambódromo do Rio de Janeiro. 

Em 1987, concebeu o Memorial da América Latina, projetado com grandes vãos, além dos tradicionais volumes curvos do arquiteto, para marcar “o espírito e a grandeza política que representa”, como definiu o próprio Niemeyer. No ano seguinte, sua carreira é reconhecida com o Prêmio Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura. 

Memorial da América Latina, em São Paulo (Foto: São Paulo Bairros / Reprodução)

Já com idade avançada, Niemeyer nunca parou de trabalhar. Seu último grande projeto em vida foi a Cidade Administrativa de Minas Gerais, finalizada em 2010. O palácio com três prédios que serve de sede para o governo é totalmente suspenso por cabos de aço, formando um vão livre de 147 m. Esta caracetística faz com que o projeto seja considerado o mais ousado de sua carreira. 

Em 2012, o estado de saúde do arquiteto agrava-se e ele é internado várias vezes por desidratação. No mesmo ano, no dia 5 de dezembro, morre aos 104 anos de idade, deixando um legado incomparável na arquitetura. 

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Lilian Santos

Lilian Santos

CEO do Revestindo a Casa

Sou formada em Design de Interiores e Marketing, e especialista em revestimentos. Durante muitos anos, trabalhei em empresas especializadas do segmento e compartilho todos os segredos deste universo por aqui. Ainda ministro cursos, palestras e consultorias sobre o assunto, além de integrar o time de colunistas da Casa Vogue.

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