Na hora de detalhar a planta, tão importante quanto a paginação do revestimento é a transição de pisos. Mesmo que o cliente opte por utilizar o mesmo piso em todos os ambientes, é comum que a passagem de um ambiente a outro seja marcada por uma peça de acabamento que chamamos de transição.
Costumamos dividir as transições em dois tipos: entre vãos de passagem e no mesmo ambiente. No primeiro grupo, estão as soleiras e baguetes. A soleira costuma ter a largura da parede, enquanto a baguete equivale à largura da porta. O uso de ambas é indicado em transições de áreas secas e molhadas, para prevenir alagamentos ou proteger um piso permeável, como madeiras, laminados e vinílicos.
Em geral, as soleiras são feitas de pedra, como mármore e granito, fundamentais para sinalizar quando há um desnível entre os dois ambientes, como entre uma varanda e a sala de estar. Com a valorização da integração de ambientes nos projetos contemporâneos, vemos cada vez menos soleiras. Mas atenção: seu uso só é dispensável quando temos um único piso e o mesmo nível em todo o apartamento.
Uma forma de chamar menos atenção para a soleira é nivelá-la ao piso. Em função das diferentes espessuras entre pisos e acabamentos, é importante que o contrapiso seja feito com este intuito. A espessura da soleira varia conforme o material: para madeira ou pedra, 2 cm, e para porcelanato, 1 cm. Para um resultado ainda mais clean, escolha uma cor próxima aos tons dos pisos adjacentes.
Já as baguetes, por também servirem à fixação das esquadrias, podem ser metálicas, de madeira ou outro acabamento desejado. Diferente da soleira, a baguete não é visualizada quando a porta está fechada, o que favorece a integração dos ambientes. Esta é uma excelente opção em corredores com muitas portas, para não pesar o ambiente.
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No caso do box do banheiro, além da baguete, outra opção para conter a água é o tento. Também estreito, ele possui uma altura maior, variando entre 5 e 10 cm, enquanto a baguete tem de 1 a 3 cm.
Outro elemento de transição de pisos é o filete. Diferente dos anteriores, seu uso marca a mudança de pisos em um mesmo ambiente e, em muitos casos, é apenas um elemento decorativo. Existem diversas opções de modelos e tamanhos. Em geral, recomendamos o uso de filetes de PVC entre pisos vinílicos e laminados; e filetes metálicos entre cerâmicas e pedras.
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Apesar do uso de transições de pisos, no geral, ter caído, os filetes aparecem como tendência em aplicações alternativas. É o caso da aplicação de filetes metálicos para disfarçar emendas em bancadas, decorar paredes ou ressaltar rodapés e rodatetos.
No caso de áreas molhadas, é importante verificar a orientação do fabricante sobre a resistência daquele material. Em banheiros, por exemplo, além de possuir resistência à água, o filete precisará resistir a elementos químicos, como o shampoo e produtos de limpeza mais pesados.