Revestimento cimentício: o que é, tipos, prós e contras

Muito associado à uma estética mais bruta, o cimento é matéria-prima para revestimentos que nem imaginamos! Por se tratar de um pó fino, composto majoritariamente por calcário e argila, ele possui propriedades aglutinantes e tornou-se um material muito explorado pela indústria.  Os revestimentos cimentícios são aqueles que, como o próprio nome já diz, levam cimento […]

Lilian Revestindo a Casa
Calendario 19 maio 2022 Lilian Revestindo a Casa
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Projeto da arquiteta Gabrielle Fuzinato tem revestimento cimentício no teto e nas paredes (Foto: Mariana Orsi/Divulgação)

Muito associado à uma estética mais bruta, o cimento é matéria-prima para revestimentos que nem imaginamos! Por se tratar de um pó fino, composto majoritariamente por calcário e argila, ele possui propriedades aglutinantes e tornou-se um material muito explorado pela indústria. 

Os revestimentos cimentícios são aqueles que, como o próprio nome já diz, levam cimento em sua composição e, pasmem: nem todos são cinzas ou industriais. Dois dos revestimentos cimentícios mais conhecidos são o ladrilho hidráulico e o granilite.

 

A seguir, listamos as principais vantagens desta categoria. 

Área externa projetada pela arquiteta Vivi Cirello tem revestimento cimentício (Foto: Renato Navarro / Divulgação)

 

Alta durabilidade: Mesmo com o uso diário e exposição às intempéries climáticas, os revestimentos cimentícios dificilmente apresentarão trincas e fissuras. 

 

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Baixa retenção de calor: Este é um material que não retém calor, portanto, de uso muito interessante em áreas expostas ao sol. Não à toa, os revestimentos cimentícios são muito empregados em quintais, fachadas e bordas de piscina. 

Ideal para piscinas: Além de ser atérmico, evitando o desconforto de queimar os pés, o revestimento cimentício facilita a infiltração da água, garantindo aderência em bordas de piscina e quintais, um pré-requisito para evitar acidentes.

Versatilidade: Como citei anteriormente, existe uma ampla gama de revestimentos cimentícios, que englobam desde o cimento queimado ao granilite. Isso permite um uso nos mais variados projetos e estilos. 

Sustentabilidade: Talvez este seja o principal motivo para a alta nos revestimentos cimentícios. Como a maior parte das indústrias aproveita os resíduos da construção civil para sua fabricação, eles acabam ganhando o status de mais sustentáveis e ecologicamente corretos. 

Projeto do Giuliano Marchiorato Studio com piso monolítico cimentício (Foto: Eduardo Macarios / Divulgação)

Mas como nem tudo são flores, os revestimentos cimentícios também apresentam desvantagens. A maior parte delas está ligada à alta porosidade, ou seja, à sua alta absorção de água e líquidos. 

Porosidade: Por se tratar de um revestimento poroso, todos os revestimentos cimentícios precisam passar por uma impermeabilização para uso residencial, especialmente quando falamos em áreas externas e molháveis. Mesmo impermeabilizado, ele não é recomendado para áreas molhadas, como o box do banheiro. 

Difícil limpeza: Além de poroso, geralmente, o revestimento cimentício apresenta alguma rugosidade, razão pela qual tende a acumular mais sujeira do que um porcelanato ou outra peça cerâmica. Isso é menos visível em peças escuras, mas as peças claras podem exigir uma limpeza com lava-jato. 

Custo mais elevado: Como alguns fabricantes utilizam um processo bem artesanal, o preço tende a ser um pouco mais elevado do que revestimentos cerâmicos produzidos em larga escala. 

Mão de obra especializada: Vocês sabem que sempre defendo a contratação de mão de obra especializada, mas no caso de revestimentos cimentícios, isso é indispensável. Quando tratamos de peças maiores e mais irregulares, isso exige uma capacitação para um resultado satisfatório. 

 

São muitos os revestimentos cimentícios, mas cinco deles ganharam fama no Brasil e estão entre os mais especificados por arquitetos e designers de interiores. Confira as principais características de cada um! 

1. Cimento queimado

Projeto do Estúdio VOE tem piso de cimento queimado (Foto: Marcelo Donadussi / Divulgação)

 

Criado a partir da queima do cimento em pó sobre a argamassa ainda fresca, este se tornou um ícone da decoração industrial. É um revestimento resistente, versátil, de fácil limpeza, mas precisa ser executado por um profissional qualificado para criar superfícies contínuas e uniformes. 

 

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2. Concreto arquitetônico

Linha Tribu no projeto do arquiteto Arnaldo Pinto (Foto: Castelatto / Divulgação)

 

Podemos dizer tranquilamente que o concreto é o material mais utilizado pela construção civil no Brasil. Mas, se antes ele era obrigatoriamente escondido por tintas, cerâmicas e porcelanatos, hoje, ele ganha status de revestimento como concreto arquitetônico. 

Entre as principais vantagens estão o conforto térmico, a alta resistência mecânica, a facilidade no assentamento e no manuseio, e a durabilidade. Do ponto de vista estético, o concreto é um material muito versátil para pisos e paredes, permitindo criar uma uma superfície completamente lisa ou com variados tons, rugosidades e texturas. 

3. Ladrilho hidráulico

Projeto da arquiteta Ravena Abreu tem ladrilho hidráulico na bancada e no frontão (Foto: Divulgação / Bruno Meneghitti)

 

São peças cimentícias totalmente artesanais que encantam pelo colorido, personalização e desenhos que formam nos espaços. As peças podem apresentar diferenças de cores e tamanhos por serem artesanais. Uma sugestão é a estampa geométrica, que deixa a decoração moderna e unifica os ambientes.

Por ter base cimentícia, demanda a aplicação de impermeabilizantes e requer mais manutenção. Não é algo muito complexo e o resultado estético é tão lindo que compensa. Algumas marcas não recomendam o uso do ladrilho no piso do box ou em áreas externas, mesmo passando impermeabilizante nas peças. Por isso, sempre cheque a recomendação do fabricante.

4. Granito

Projeto do SAO Arquitetura com piso de granilite na cozinha (Foto: Rodrigo Katayama / Divulgação)

 

Tendência atual, o granilite é um revestimento feito a partir de uma mistura de cimento branco ou comum, areia e água. Ele é feito in loco, ou seja, moldado na própria obra. Leva pedras de diferentes tamanhos como granito, mármore, quartzo e outros minerais – até vidro. 

Com cores e texturas variadas, pode ser encontrado em sua versão polida, ideal para os interiores, lavado ou fulget. Nesta última, as irregularidades dos grânulos são mantidas, garantindo uma superfície áspera e antiderrapante. Para evitar acidentes, uma recomendação é não escolher o tipo polido para o banheiro. 

5. Tijolinhos

Projeto da designer de interiores Patricia Pasquini com tijolinhos cimentícios na varanda (Foto: Raul Fonseca / Divulgação)

 

Excelente opção para quem deseja uma parede de tijolinhos, mas não sabe o que vai encontrar ao descascar a parede, o tijolinho cimentício é um revestimento que pode ser aplicado sobre a parede já pronta. Com uma espessura bem menor, reproduz fielmente o tijolo de barro e pode ser pintado, tornando-se uma alternativa para reformas sem quebra-quebra. 

Lilian Revestindo a Casa
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Lilian Santos

Lilian Santos

CEO do Revestindo a Casa

Sou formada em Design de Interiores e Marketing, e especialista em revestimentos. Durante muitos anos, trabalhei em empresas especializadas do segmento e compartilho todos os segredos deste universo por aqui. Ainda ministro cursos, palestras e consultorias sobre o assunto, além de integrar o time de colunistas da Casa Vogue.

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