Não sei vocês, mas é só esfriar um pouco que já me bate aquela vontade de ficar em casa, bem quentinha debaixo do cobertor! Vivendo em um país tropical, é normal solicitarmos no projeto uma casa fresca, mas isso pode ser um tiro no pé na troca de estações. Quando tratamos de temperatura, nossa prioridade deve ser sempre o conforto térmico!
Mas o que é, de fato, isso? O arquiteto húngaro Victor Olgyay definiu, em 1973, esta condição como o “ponto no qual a pessoa necessita consumir a menor quantidade de energia para se adaptar ao ambiente circunstante”. Nada mais é do que se sentir confortável com a temperatura interna, independente do clima externo.
A temperatura térmica ideal varia conforme a localização ou o gosto individual, mas no geral gira em torno de 21 a 24 ºC. Garantir esta circunstância dentro de casa é muito mais simples durante a obra ou a reforma, do que depois com a casa pronta. A escolha dos revestimentos, por exemplo, está diretamente ligada ao conforto térmico.
Pisos
A explicação é simples: a temperatura de um espaço interno é resultado do balanço de ganhos e perdas de calor, ou seja, mesmo com os termômetros do lado de fora gelados é possível acumular calor dentro de casa. Por revestir boa parte da casa, o piso é fundamental nesta manutenção de temperatura.
Os materiais mais indicados para isso são as madeiras, os laminados e os vinílicos, considerados atérmicos. Diferente dos pisos frios, como o porcelanato e as pedras naturais, eles proporcionam maior conforto térmico, independente da estação. Este é o motivo pelo qual amamos caminhar descalços por estes pisos, mesmo nos dias mais frios.
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Paredes
Paredes mais grossas e de tijolos de barro são a melhor opção para manter a casa aquecida. Como o principal revestimento utilizado é a tinta, é importante isolar as paredes externas, afastando os móveis do perímetro.
“Durante a madrugada, elas passam a ficar mais geladas devido à umidade relativa do ar que é absorvida, por isso, colocar alguns obstáculos como espelhos ou móveis de madeira ajudam a reduzir esse contato com a parede gelada. Além disso, se móveis de permanência como sofás e camas ficam próximos a essas paredes, a solução é afastá-los nos dias mais frios, o que reduz muito a sensação térmica gelada”, orienta a arquiteta Ieda Korman, profissional à frente do escritório Korman Arquitetos.
Outros elementos estruturais
Coberturas e fechamentos que funcionam como isolantes térmicos, como telhas de barro e blocos de EPS, são mais indicados do que telhas metálicas, aço e vidro. Em casas muito envidraçadas, as fachadas que recebem maior radiação solar devem ser protegidas por sombreamento, com largos beirais, varandas ou brise-soleils.
Pensar na boa vedação de portas e janelas também é essencial. “Uma esquadria bem feita definitivamente deixará o ambiente mais aquecido. Nesse caso, a escolha correta do material faz toda a diferença”, afirma Ieda Korman. As esquadrias de PVC e madeira são ótimas para conforto térmico, e o vidro duplo é uma boa pedida para manter o ar gelado do lado de fora.
Decoração
Para aqueles que já possuem uma casa construída e ainda assim desejam aquecê-la para os dias mais frios, existem diversos truques e soluções simples. “Investir em tapetes, cortinas e carpetes é uma solução prática, pois são fáceis de instalar e podem ser especificados em tecidos aconchegantes”, opina Ieda Korman.
No inverno, vale optar sempre por tapetes mais espessos e felpudos, que garantem uma pisada mais confortável. As cortinas mais encorpadas também são ótimas aliadas, evitando a perda do calor. Almofadas, mantas, peseiras e tecidos como suede, veludo e tricô também ajudam a aquecer os ambientes.