08 abril 2022 
Projeto do arquiteto Rafael Zalc tem azulejos de metrô na área molhada e paredes de porcelanato (Foto: Nathalie Artaxo / Divulgação)
Escolher o revestimento para qualquer ambiente vai muito além do estilo de cada projeto. É necessário levar em conta as necessidades dos moradores e as sensações que eles desejam sentir ao adentrar um espaço. Quando falamos em banheiros, ainda somamos a esta equação várias questões técnicas de grande importância.
Dois pontos importantíssimos a serem levados em consideração são o coeficiente de atrito, no caso dos pisos, e a porosidade, que também vale para as paredes. O piso deve ser antiderrapante, ou seja, com um coeficiente de atrito maior ou igual a 0,4. Já a porosidade deve ser mínima, a fim de evitar problemas como infiltração, descolamento e manchas.
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Por conta destes requisitos técnicos, alguns materiais se sobressaem e são os favoritos para revestir um banheiro. A seguir, separei os 5 revestimentos mais utilizados em salas de banho, elencando vantagens e desvantagens de cada um!
Cerâmicas
Projeto da arquiteta Lívia Haliski tem azulejos de metrô nas paredes e piso com pastilhas hexagonais (Foto: Cacá Bratke / Editora Globo)
Produzidas a partir da mistura de argila e outras matérias-primas inorgânicas, as placas cerâmicas são bem comuns em banheiros. A mais famosa é o azulejo, ótima solução para quem busca um produto de fácil manutenção e bom custo-benefício.
Além de ser fácil de instalar e apresentar boa durabilidade, é resistente a fungos e pode ser encontrado em várias cores e modelos. As peças cerâmicas são divididas em Grês, Semi-Grês, Semi-porosas e Porosas.
- Grês: baixa absorção – resistência mecânica alta (BI b – de 0,5 a 3%);
- Semi-Grês: média absorção – resistência mecânica média (BII a – de 3 a 6%);
- Semi-Porosos: alta absorção – resistência mecânica baixa (BII b – de 6 a 10%);
- Porosos: alta absorção – resistência mecânica baixa (BIII – acima de 10%).
Os tipos mais indicados para banheiros são os com menor grau de absorção de água, portanto, Grês e Semi-Grês. Um erro muito comum é confundir o Grês com o porcelanato, mas atenção: a porosidade deles é bem diferente!
Porcelanatos
Projeto de Andrea Murao tem pisos e paredes foram cobertos com porcelanato idêntico ao mármore calacata, opção mais barata, resistente e fácil de manter (Foto: MCA Estúdio / Divulgação / Produção: Núria Uliana)
O porcelanato é uma peça cerâmica bastante popular. Em termos de absorção e resistência mecânica, é considerado um dos melhores materiais que existem para o seu banheiro. Devido às tecnologias de fabricação, é possível ter diversos acabamentos, que reproduzem mármores, madeiras e pedras naturais com perfeição.
O tipo ideal para o piso do banheiro é o acetinado, mate ou natural (cada fabricante tem uma nomenclatura), que é um pouco menos escorregadio. Principalmente na área do box, evite os modelos polidos, que favorecem o escorregamento e podem causar graves acidentes.
Dependendo da especificação técnica do produto, você pode até usar o mesmo porcelanato no piso e nas paredes para um resultado uniforme. Uma boa saída para quem não aprecia rejuntes e não se importa de investir um pouco mais é apostar nos SuperFormatos, agilizando a aplicação e reduzindo a quantidade de juntas.
Pastilhas
Projeto da arquiteta Flavia Cardim e do designer de interiores Alison Limontt é todo revestido com pastilhas hexagonais. O rejunte escolhido foi o preto (Foto: Divulgação)
As pastilhas são outro formato muito comum para peças cerâmicas, mas também podem ser feitas de vidro, mármore, pedras e metálicas, então, fique atento ao material! Sua principal diferença para os azulejos está nas dimensões: as pastilhas são bem menores! O amplo mix de cores, acabamentos e materiais permite a aplicação nos mais variados projetos e ambientes.
Contudo, alguns materiais podem ser escorregadios e não recomendados para o piso do boxe, razão pela qual você deve sempre checar as orientações do fabricante. Existe outra válida preocupação quanto às pastilhas por conta da maior quantidade de rejuntes que, com o tempo, tendem a escurecer. Uma dica é apostar em cores que não sejam tão claras – assim conseguirá “camuflar” as terríveis manchinhas que aparecem.
E nunca esqueça de analisar se o cliente não se incomoda com a quantidade rejunte! Já vivenciei inúmeros casos de clientes que não curtem o excesso de juntas e depois ficam insatisfeitos com o produto, sendo que o incômodo não é com a pastilha em si.
Ladrilhos hidráulicos
Projeto da designer de interiores Lulu Moura tem ladrilhos hidráulicos no piso e na lateral da banheira (Foto: Maíra Acayaba / Editora Globo)
Os ladrilhos são peças de cimento totalmente artesanais que encantam pelo colorido, personalização e desenhos que formam nos espaços. As peças podem apresentar diferenças de cores e tamanhos por serem artesanais. Uma sugestão é a estampa geométrica, que deixa a decoração moderna e unifica os ambientes.
Por ter base cimentícia, demanda a aplicação de impermeabilizantes e requer mais manutenção que as peças cerâmicas. Não é algo muito complexo e o resultado estético é tão lindo que compensa. Algumas marcas não recomendam o uso do ladrilho no piso do box, mesmo passando impermeabilizante nas peças. Por isso, sempre cheque a recomendação do fabricante.
Mármores
Projeto do escritório Taller Paralelo tem paredes de mármore que valorizam a iluminação natural (Foto: Rafael Gamo/ Reprodução)
Clássicos e elegantes, os mármores nunca saem de moda! Por se tratar de uma pedra natural, o resultado estético é valorizado, graças à exclusividade de cada peça. Mas é importante ter em mente que este é um produto mais poroso, que demanda maior manutenção, pois mancha com mais facilidade se não for devidamente impermeabilizado.
O mármore é uma boa opção para quem busca uma decoração elegante e tem a vantagem de apresentar uma excelente durabilidade, quando devidamente tratado. Se você tiver um orçamento mais generoso para o banheiro, pode ser a escolha ideal.
