Nas casas brasileiras, as escadas costumam ser feitas de alvenaria, tipo de estrutura que utiliza tijolos, pedras ou blocos unidos por argamassa. Não sei se vocês concordam, mas sempre considerei este modelo mais seguro do que aquelas escadas metálicas ou em caracol, muito comuns no exterior.
Assim como pisos e paredes, também é comum o uso de revestimento para escada. De forma bastante genérica, o revestimento se refere ao material aplicado para cobrir a alvenaria, criando uma espécie de camada externa, como o porcelanato, o granito, o mármore e a madeira, por exemplo.
Além da óbvia questão estética, uma vez que a escada deve unir dois pavimentos, integrando-se a eles, o revestimento tem a função de proteger a parte estrutural da casa das condições climáticas, de desgastes físicos e infiltrações, por isso, precisa ser muito bem escolhido.
No caso de revestimento para escada interna, além do gosto do cliente e do piso escolhido para os dois níveis da casa, o principal critério de escolha passa pelo coeficiente de atrito. Esse índice determina o nível de segurança da superfície ao escorregamento, principalmente, quando há presença de líquidos.
É claro que você não está contando com muita água na sua escada, porém, dependendo do quão liso é o revestimento escolhido, ele pode causar acidentes graves em meio segundo de desatenção. Escolher um piso antiderrapante para sua escada interna é ainda mais importante quando há crianças ou idosos em casa.
Pisos antiderrapantes
Segundo a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), um piso antiderrapante é aquele que apresenta coeficiente de atrito maior ou igual a 0,4. Esta informação deve ser encontrada na descrição do produto. Quanto maior o coeficiente, mais áspero é o piso.
Pisos com coeficiente de atrito < 0,4: recomendados para instalações normais, que não demandam maiores cuidados com segurança;
Pisos com coeficiente de atrito entre 0,4 a 0,7: recomendados para locais onde se requer resistência ao escorregamento;
Pisos com coeficiente de atrito > 0,7: recomendados para locais onde o risco de escorregamento é muito intenso, como próximo a piscinas, em rampas, degraus, banheiros e áreas externas.
No caso de escadas internas, o mais indicado é que o piso, principalmente do boxe, tenha um coeficiente entre 0,4 e 0,7, evitando o escorregamento, sem comprometer a limpeza. Isso porque superfícies rugosas tendem a acumular mais sujeira, um problema sério quando falamos em espaços de circulação. Neste quesito, vale até cogitar peças mais escuras para evitar o aspecto encardido.
A seguir, separei 6 dos revestimentos mais comuns para escadas e suas principais vantagens e desvantagens!
Madeira
Este é um daqueles clássicos que nunca saem de moda! A escada pode ser feita de madeira maciça ou apenas revestida, como é o caso mais comum em nosso país. Além de deixar qualquer espaço mais aconchegante, o piso de madeira oferece um conforto térmico incomparável para quem gosta de andar descalço em casa.
CONFIRA: 40 ESCADAS INTERNAS PARA VOCÊ SE INSPIRAR
No entanto, é um material que exige mais cuidado na limpeza e manutenção, como evitar lavá-lo com água abundante e aplicar verniz com frequência. Outra crítica corriqueira de quem tem escada de madeira é o ranger, causado pela dilatação natural do material e também pelos passos.
Vinílico
O piso vinílico surge como uma excelente alternativa à madeira. Feito com cloreto de vinila ou PVC, o piso vinílico ajuda a abafar ruídos (como os dos sapatos e dos pets correndo) e a manter uma temperatura agradável. Há diversas opções de cores e texturas e pode ser aplicado em contrapisos ou superfícies lisas, como cerâmica ou pedras polidas, mas não é recomendável sobre materiais que possam apodrecer com maior facilidade, como a madeira.
Os pisos vinílicos são duráveis, resistentes e fáceis de limpar, mas nem sempre tem um acabamento tão bonito como a madeira natural e uma pedra natural. Por este motivo, é fundamental analisar com cuidado o padrão escolhido e se ele orna com o restante da decoração.
Granito
Não existe maior clássico para escadas que o granito. Trata-se de uma rocha natural composta essencialmente de quartzo, mica e feldspato. Sua fama tem motivo: o granito apresenta baixo índice de porosidade e demonstra alta resistência a desgastes, riscos e impactos, algo fundamental em escadas.
Mas vale acrescentar um porém: as cores mais claras tendem a ser mais porosas, assim, se a limpeza não for diária, a pedra vai manchar mais facilmente. Além disso, não possui uma tonalidade homogênea, já que apresenta aparência granulada, com pontos pretos em sua composição, o que pode complicar a combinação com outros pisos.
Mármore
Pode passar o tempo que for, o mármore ainda será um dos revestimentos mais elegantes para áreas internas. Rocha natural originada de calcário exposto a altas temperaturas e pressão, possui uma aparência mais homogênea que o granito, com veios expostos, e pode ser encontrado em muitas variações de cores e texturas.
Com essa conotação sofisticada, o material deve ser usado preferencialmente em ambientes internos, já que em áreas externas pode apresentar alterações de cor graças à ação do tempo, dos raios solares e da poluição. Também não é indicado em áreas de tráfego intenso, pois se desgasta mais facilmente. Por isso, é importante entender quanto aquela escada será utilizada.
Porcelanato
Pedras naturais são lindas, mas apresentam várias contra-indicações. Não é a toa que, hoje, o porcelanato é um dos revestimentos mais utilizado para escadas. Essas placas cerâmicas são rígidas e tem cerca de 1 cm de espessura, facilitando a aplicação.
Essa resistência também possibilita que ele seja cortado na máquina, com perfeitos ângulos de 90º, enquanto a cerâmica tradicional tem bordas mais irregulares. Isso confere um melhor acabamento aos degraus. No caso de escadas de porcelanato, é fundamental estar atento ao acabamento escolhido, evitando sempre que possível o polido, que pode causar escorregamento.
Granilite
Feito a partir de uma mistura de cimento branco ou comum, areia e água, o granilite leva pedras de diferentes tamanhos como granito, mármore, quartzo e outros minerais como vidro. Este revestimento, que fez muito sucesso no século passado e ressurge agora como forte tendência, tem cores e texturas variadas.
Em sua versão fulgê, em que as irregularidades dos grânulos são mantidas, garantindo uma superfície áspera e antiderrapante, então no quesito revestimento para escada ele se torna ideal. Como podem ser feito a partir de cacos ou sobras de pisos, o granilite tende a ser mais barato que seus precursores, mas a mão de obra especializada para sua aplicação pode diminuir consideravelmente sua economia. A boa notícia: se bem preparado e aplicado, pode durar mais de 40 anos.