Já ouviu falar no artista brasileiro Athos Bulcão? Conhecido por suas obras realizadas em azulejos, Bulcão teve seus trabalhos inseridos em prédios famosos como Aeroporto Juscelino Kubitschek, Congresso Nacional e a Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, todos localizados em Brasília.
Desenhista, pintor, escultor e arquiteto, Athos Bulcão, nasceu em 1918, no Rio de Janeiro, foi criado pelo seu pai, que na época era sócio e muito amigo de Monteiro Lobato. Em 1939, Bulcão abandonou o curso de medicina para se dedicar à arte.
Dali em diante, Athos Bulcão iniciou sua trajetória como artista. Em 1944, ele realizou sua primeira exposição na inauguração da sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil, no Rio de Janeiro. Como sua renda era pouca, o artista ingressou no Serviço de Documentação do Ministério da Educação, onde realizou ilustração de livros, catálogos e capas de revista.
No ano seguinte, em 1945, realizou a construção do painel de São Francisco de Assis, na Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte, como assistente do aclamado Cândido Portinari. Nesse período aprendeu várias lições importantes sobre desenhos e cores, com o mestre.
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Em 1958, Bulcão recebeu um convite do famoso arquiteto Oscar Niemeyer para integrar a Companhia Urbanizadora da Nova Capital em Brasília. Com essa oportunidade, se tornou um dos principais artistas a desenvolver uma obra de arte integrada à Arquitetura.
O artista realizou pinturas fascinantes em painéis, murais e relevos para edifícios como Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Teatro Nacional Cláudio Santoro, Palácio do Itamaraty, entre outros. Além de receber prêmios e condecorações pelo conjunto da obra.
Em 1992, foi criada a Fundação Athos Bulcão, para preservar e divulgar a obra do artista plástico. Uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, ela desenvolve projetos que contribuem na formação de crianças e jovens, tornando a arte e a educação acessíveis para todos.
Em uma entrevista para o jornal El País, o artista plástico declarou o desafio de integrar arte e arquitetura como maior colaborador do célebre Oscar Niemeyer, na construção de Brasília: “Artista eu era. Pioneiro eu fiz-me. Devo a Brasília esse sofrido privilégio. Realmente um privilégio: ser pioneiro. Dureza que gera espírito. Um prêmio moral”.
Bulcão deixou suas obras de artes, e faleceu em 2008, com 90 anos, em Brasília. O artista não resistiu por conta de complicações da doença de Parkinson.