Perfeita para os apaixonados por história, urbanismo e arquitetura, a exposição “Moderna pelo avesso: fotografia e cidade, Brasil, 1890-1930” estreia dia 13 de setembro, no IMS Paulista. Com entrada gratuita, a mostra reúne fotos das principais capitais do país durante a Primeira República, registrando as tensões e reformas urbanas radicais do período.
A seleção reúne 311 itens, incluindo filmes silenciosos, revistas, cartões-postais, álbuns e projeções. Com curadoria de Heloisa Espada e assistência de Beatriz Matuck, os materiais provém do acervo do IMS e de outras 28 coleções, privadas e institucionais. É uma oportunidade única de mergulhar na história deste período tão rico para a reforma urbana, a expansão do cinema e da fotografia.
Com curadoria de Heloisa Espada e assistência de Beatriz Matuck, a mostra abrange imagens de fotógrafos reconhecidos como Vincenzo Pastore, Alberto de Sampaio e Augusto Malta, até nomes menos conhecidos, como Francisco Rebello, que registrou a vida nas ruas e o Carnaval do Recife nos anos 1920; e Olindo Belém, autor de uma vista panorâmica de 527 cm de largura de Belo Horizonte, realizada em 1908.
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A mostra, em cartaz até 26 de fevereiro de 2023, busca tecer um contraponto às imagens oficiais das reformas urbanas, associadas à belle époque e à modernização da República. Reunindo registros de autores diversos, ela evidencia também as contradições e tensões presentes na construção do projeto de um país moderno, evidenciando os projetos políticos que estavam em disputa e os apagamentos decorrentes desses processos.
“Reformas urbanas como o bota-abaixo, que expulsou a população de baixa renda e arrasou o patrimônio colonial do centro do Rio de Janeiro entre 1903 e 1908, e a inauguração da Cidade de Minas (depois chamada de Belo Horizonte), planejada do zero, em 1897, forjavam a roupagem moderna da jovem República”, afirma Heloisa. “No entanto, uma Abolição mais do que tardia, proclamada apenas um ano antes do golpe que instituiu a República, fazia com que o ‘moderno’ não fosse apenas sinônimo de atualidade e progresso, mas também de violência, apagamento e eugenia”.
Grande parte das fotos exibidas foi tirada nas ruas das capitais. As imagens feitas pelo português Francisco du Bocage, por exemplo, documentam a derrubada de sobrados de estilo colonial e edifícios históricos no chamado Bairro do Recife, no século 20. Também estão presentes estereoscopias do amador Guilherme Santos, que mostram a derrubada do morro do Castelo, no Rio de Janeiro, e os últimos moradores a deixar o local, em 1922.
“A seleção joga luz sobre a produção fotográfica que não foi contemplada pela Semana de Arte Moderna de 1922, mas que esteve fortemente presente no imaginário urbano da época por meio da imprensa, do cinema, do cartão-postal, das revistas ilustradas e da produção amadora”, ressalta a curadora.
Serviço
Data: 13 de setembro a 26 de fevereiro de 2023
Local: IMS Paulista
Endereço: Avenida Paulista, 2424 – Bela Vista, São Paulo
Entrada gratuita